* Enviado-especial ao Brasil

A dada altura, um jornalista brasileiro perguntou a Paulo Bento se, em caso de eliminação na primeira fase, a campanha portuguesa seria considerada uma deceção ou um vexame. O selecionador não gostou: «Não é preciso ter pressa, não é? Esperamos até amanhã e, em função do resultado, veremos se continuamos a esperar até ao jogo com o Gana. E assim por diante. Se for um facto, depois eu digo-lhe.»

No mesmo tom foi a resposta a um jornalista norte-americano que quis saber se Portugal tinha feito preparação especial para o calor de Manaus ou se ia ignorar o clima: «Ignorar deve ser difícil com tudo o que se tem dito e escrito. Mesmo que amanhã estivesse um bocadinho menos quente, continuaríamos a achar insuportável. O que me parece é que se desviarmos do foco mental do que deve ser o nosso jogo, vamos ter mais dificuldades», atacou, antes de enumerar aquilo que considera fundamental para o jogo com os EUA.

«A nossa preocupação deve passar pelas emoções bem controladas, por ter o domínio do jogo, por saber quando e como queremos pressionar o adversário, não deixando de correr os riscos necessários. E também por acabar o jogo em igualdade numérica, isso para nós é fundamental», concluiu.

Paulo Bento não entrou em pormenores sobre a seleção dos Estados Unidos, focando-se quase exclusivamente nos aspectos táticos e mentais da equipa portuguesa. Na apreciação ao adversário, ficou-se por algumas ideias superficiais: «Já vimos os seus pontos fortes e débeis. É uma boa equipa, extremamente competitiva, com jogadores intensos e agressivos. Está moralizada pela vitória e pode jogar com dois resultados favoráveis», admitiu, antes de desvalorizar a provável superioridade numérica de adeptos norte-americanos no estádio: «Talvez possam estar mais empolgados por esse apoio, mas o que nos interessa é como vamos encarar o jogo, de forma paciente e ao mesmo tempo corajosa», resumiu.