Apesar de ter falhado o Mundial, Ricardo Quaresma não deixou de seguir a prova que se realiza no Brasil. Em entrevista ao Maisfutebol e TVI, o jogador comenta as prestações de algumas seleções e jogadores, com elogios a alguns companheiros de equipa pelo meio.

Qual foi a grande surpresa e a grande desilusão até agora?
«A desilusão, como português, acho que foi a nossa seleção, porque esperava que fizesse mais. Surpresa... Acho que até agora não há surpresas, porque as grandes seleções continuam: a Argentina, o Brasil e a Alemanha. Vamos esperar pelos próximos jogos.»

Qual é a seleção que o impressiona mais e quem acha que vai ganhar o Mundial?
«Não sei. Por exemplo, a Argélia. Não sei se merecia perder [com a Alemanha], porque acho que foi das seleções que mais me surpreendeu, pela vontade e pela maneira que jogava. Via-se que tinha um grupo muito unido e forte. Mas há o Brasil, a Argentina, a Alemanha, a França, que são seleções que estão recheadas de grandes jogadores, que a qualquer momento resolvem o jogo. É difícil dizermos se vai ganhar a Argentina, o Brasil, a França ou a Alemanha.»

A Costa Rica não foi uma surpresa?
«Não, porque acho que tem uma grande seleção. Tem grandes jogadores. Isto depende também da confiança e do momento que as seleções atravessam. Vejo que a Costa Rica está num momento fantástico e de enorme confiança. Sinceramente, não me está a surpreender o que está a fazer.»

Em termos de jogadores, há algum que se esteja a destacar?
«O Neymar é um jogador que eu aprecio muito, pelo talento e pela personalidade que tem. Acho que este é o ano dele, até porque está a jogar em casa. É o menino bonito da seleção e do país. Acho que isso também passa para dentro do campo. O Neymar do Barcelona não tem nada a ver com o Neymar da seleção. Joga com mais liberdade, faz o que quer e não tem tanta pressão quanto, se calhar, tem no Barcelona. É o jogador que mais aprecio, tirando o Messi, que acho que ainda não está ao seu nível. Mas agora começam os jogos a sério e acredito que possamos ver um Messi ao mais alto nível. James Rodríguez é craque, assim como o Jackson [Martínez], que é um jogador que gosto muito. É muito trabalhador e grande profissional, por isso, desejo-lhe toda a sorte do mundo. O Mundial do [Héctor] Herrera também não me surpreendeu. Tem muita qualidade e acredito que possa a vir a ser um dos grandes médios do futebol. Mas este está a ser, de alguma forma, o Mundial dos guarda-redes, veja-se os casos do Ochoa e do Júlio César.»

Falou do fator casa e ainda do facto de um jogador se sentir acarinhado. Isso faz mesmo diferença no rendimento de um futebolista?
«Acho que é muito importante entrares em campo e sentires o carinho dos adeptos. Se os teus colegas também acreditarem em ti, mete mais pressão, mas dá também confiança extra. Uma pessoa que tem talento, com confiança, joga o que sabe e o que não sabe, porque sai tudo bem. No Neymar nota-se isso. Nota-se que mesmo que a bola lhe bata no joelho fica sempre da maneira que ele quer. Esses jogadores encantam-me, porque há poucos mágicos, mas os que existem são muito bons.»