*Enviado-especial ao Brasil

A figura: Van Persie

Poderia cá estar Robben, mas o golo inaugural pesou na hora de decidir. Vamos lá escolher a melhor forma de o descrever: que golaço! Fenomenal! De génio! Uma maravilha a definição de cabeça do avançado do Manchester United, após uma assistência, também ela muito boa, de Daley Blind. Vai direitinho para a lista dos melhores deste Mundial e entra, também, para o álbum de recordações do avançado: nunca um holandês marcara em três Mundiais. Até hoje. E não fez o segundo golaço porque a trave não deixou, mas ainda conseguiu colocar sal na ferida espanhola, num lance de desnorte de Casillas que lhe ofereceu o que a trave tinha tirado.

O momento: alguém se lembra de Cillessen?

Escolher o golo de Van Persie que iniciou a reviravolta seria ir pelo óbvio. A verdade é que a goleada da Holanda à Espanha começou a desenhar-se três minutos antes daquele lance e do outro lado do campo. Quando Iniesta deixou David Silva na cara de Jasper Cillessen parecia ficar tudo resolvido. O avançado do City teve tempo para tudo e tentou o chapéu. Saiu curto e, com uma palmada, o guardião holandês atirou para canto. Espanha falhou o golpe que poderia ser fatal. O resto…é história.

Outros destaques


Robben
Parceiro de diabruras de Van Persie, fez também ele dois golos e também conseguiu marcar em três Mundiais. Se na primeira metade só se viu na abertura que deixou Sneijder isolado logo no início, a segunda foi fenomenal. Fez dois, poderia ter feito mais. Tinha falhado na cara de Casillas em 2010, na final. Vingou-se em grande estilo.

Daley Blind
Senhoras e senhores, eis Daley Blind. Belo cartão de visita para o jovem de 24 anos, filho de Danny Blind, antigo central holandês. No esquema de três centrais de Louis Van Gaal, Blind encosta-se à esquerda e faz todo o corredor. Sem comprometer a defender foi, contudo, no ataque que deu nas vistas. Fez as assistências para os dois primeiros golos holandeses, a primeira brilhante, sublinhe-se.

Diego Costa
Quando se pensava que o principal problema de Diego Costa neste Mundial seria físico, a primeira amostra indica que há outros pontos a explorar. Fisicamente, aliás, o avançado do Atlético Madrid parece, pelo menos, em condições normais. Mas a pressão com que tem de lidar a cada toque na bola é assombrosa. Os brasileiros não o esquecem e foram eles a maioria nas bancadas do Arena Fonte Nova. Assobios, cânticos insultuosos. Do princípio ao fim. De positivo o pénalti conquistado, para abrir o jogo. Discutível, ainda assim.

David Silva
O mais irrequieto na linha atacante espanhola. Leva nota positiva pela primeira parte e também porque não foi fácil encontrar quem se destacasse num desafio tão negro para as cores espanholas. Vagabundo no esquema de Del Bosque, aproveitou muitas deixas de Diego Costa e outras tantas aberturas de Iniesta ou Xavi para assustar. Mas só isso e esse foi o seu pecado. A três minutos do intervalo ficou na cara de Cillessen mas não deixou o jogo nas mãos da Espanha. E a Holanda deu a volta até aos níveis que o resultado indica.