Ao dia 18 do Mundial, chegaram os penáltis, e logo em dose dupla: Rússia e Croácia deixaram pelo caminho Espanha e Dinamarca, respetivamente, através da marca dos onze metros, e marcaram encontro nos quartos de final da prova no próximo sábado, às 19h00.

A anfitriã Rússia continua a surpreender os adeptos de futebol que lhe anunciavam um fim prematuro neste Campeonato do Mundo, isto depois de indicações pouco favoráveis nos vários jogos que antecederam o torneio, e eliminou nada mais nada menos do que a ex-Campeã do Mundo, Espanha. Depois de ter caído na fase de grupos do Mundial do Brasil, la roja volta a desiludir no maior palco de seleções do Planeta e abandona a Rússia de forma prematura, com o terramoto Lopetegui pelo meio.

Em Moscovo, no Estádio Luzhnikinuestros hermanos até se colocaram em vantagem cedo, fruto de um autogolo – o décimo nesta competição – da autoria de Ignashevich, mas Dzyuba voltou a restabelecer a igualdade ainda antes do intervalo, de pénalti, um prenúncio do que aí vinha. Nenhuma das equipas conseguiu desfazer o nulo até ao fim dos 120 minutos, e a partida seguiu então para a marca dos onze metros.

Aí, o muitas vezes mal amado Akinfeev vestiu a capa de herói e defendeu os remates de Koke e Iago Aspas, oferecendo assim uma despedida amarga de Iniesta da Seleção Espanhola, que anunciou após a partida que este tinha sido o último jogo com a camisola da Espanha, 133 internacionalizações depois.

Horas mais tarde, uma história semelhante, mas com intérpretes diferentes. Dinamarca e Croácia protagonizaram um início de jogo eletrizante, com um golo cada nos primeiros quatro minutos, mas nos restantes 116' não mais foram capazes de voltar a mexer no marcador, com a estrela da companhia croata, Luka Modric, a falhar inclusivamente um pénalti, e as decisões acabaram também por seguir para a marca dos onze metros.

Foi então a altura de os guarda-redes brilharem. De um lado, um dinamarquês made in Estoril, de seu nome Kasper Schmeichel, que já tinha defendido a grande penalidade de Modric; do outro Subasic, pupilo de Leonardo Jardim no Mónaco. Acabou a sorrir o croata, que defendeu três remates, igualando um recorde de Ricardo pelo meio, e apurou a sua seleção para os quartos de final, apesar de Schmeichel, com o apoio vibrante do pai, Peter, nas bancadas, ter sido eleito o homem do jogo.

FIGURA DO DIA – Igor Akinfeev. Tantas vezes ligado a recordes negativos, o guarda-redes do CSKA Moscovo terá vivido nesta tarde um dos melhores momentos da carreira. Perante o seu público, Akinfeev não se intimidou com os nomes que estavam do lado espanhol e defendeu dois pénaltis decisivos na passagem da Rússia aos oitavos de final.

FRASE DO DIA – «Lopetegui era o nosso líder, Hierro fez o que pôde». A frase é de Koke e retrata bem aquilo que se passou na Seleção Espanhola. Lopetegui era o selecionador desde 2016, mas a três dias do Mundial foi anunciado como treinador do Real Madrid e Rubiales, presidente da Federação, não esperou pelo fim do Mundial para prescindir dos serviços do antigo técnico do FC Porto. Hierro foi a solução encontrada para a roja não ficar orfã de um líder, mas não foi bem sucedida, com a Espanha a deixar a Rússia de forma prematura.

IMAGEM DO DIA – O adeus de uma lenda. Doze anos depois da estreia, Iniesta despediu-se da Seleção Espanhola. Com 133 jogos pelo meio, o médio do Barcelona foi uma das bandeiras do período mais dourado da roja no futebol (dois Europeus e um Mundial consecutivos), e marcou aquele que provavelmente será o golo mais importante da história do futebol espanhol, quando bateu Stekelenburg para dar o título de Campeão do Mundo à Espanha. Despediu-se frente à Rússia, seleção com a qual tinha feito a sua estreia, em maio de 2006.