Choque no dia 14 do Mundial 2018: a campeã mundial Alemanha caiu com estrondo na competição. A Mannschaft perdeu por 2-0 com a Coreia do Sul e não só falhou o apuramento para os oitavos de final como se despediu da Rússia num embaraçoso último lugar do Grupo F.

O século XXI começa a escrever uma tendência azeda para os campeões em título.

Basicamente, e para colocar rapidamente as cartas na mesa, apenas por uma vez no novo século o campeão em título não foi eliminado na primeira fase do Mundial seguinte.

A vítima anterior à Alemanha foi a Espanha, que em 2014, no Brasil, foi derrotada pela Holanda e pelo Chile, vencendo apenas a Austrália no último jogo, pelo que ficou em terceiro do grupo e regressou prematuramente a casa.

Antes disso, já tinha acontecido o mesmo com a Itália, afastada no Mundial 2010 da África do Sul na primeira fase, e com a França, afastada na primeira fase do Mundial 2002 depois de ter vencido o último Mundial do século XX, quatro anos antes.

Só o Brasil, que foi campeão em 2002 na competição organizada por Japão e Coreia do Sul, escapou a este buraco em que os campeões se habituaram a cair: terminou a fase de grupos em primeiro lugar. Depois de três vitórias, afastou o Gana nos oitavos de final e caiu apenas nos quartos de final, aos pés de França.

Refira-se que antes do novo século, esta tendência para queda dos campeões era algo muito pouco comum. Só tinha acontecido duas vezes: em 1950 com a Itália, dizimada pelo desastre de Superga, e com o Brasil, em 1966, inferiorizado pela lesão de Pelé e incapaz de travar Portugal.

Mais raro é o facto de o campeão em título terminar a fase de grupos no posto de «lanterna vermelha». Antes da Alemanha, só tinha acontecido a Itália (2010) e a França, em 2002.