Já lá vão sessenta anos, mas esta continua a ser uma marca que ninguém ousou bater nas últimas seis décadas: em 1958, no Mundial organizado pela Suécia e vencido pelo Brasil, de Garrincha e Zagallo e um goleador de 17 anos chamado Pelé, o francês Just Fontaine fez 13 golos.

O feito de Fontaine é tanto maior quanto na altura o máximo de jogos que uma seleção podia fazer eram seis: atualmente são sete. O jogador francês, porém, marcou em todos os jogos, incluindo um poker frente à Alemanha (no jogo do terceiro e quarto lugar), um hat-trick (no primeiro jogo com o Paraguai) e três bis (incluindo na derrota nas meias-finais com o Brasil).

Atualmente, como já se disse, um jogador pode fazer um máximo de sete jogos, mas a verdade é que o melhor que houve nos últimos quarenta anos foram os oito golos de Ronaldo Fenómeno, no Mundial 2002, que não lhe permitem sequer entrar no top-3 dos goleadores de Mundiais.

De resto, e desde o Mundial 78, na Argentina, todos os restantes melhores marcadores da prova fizeram sempre seis ou cinco golos: ninguém mais do que isso. Ninguém igualou, por exemplo, os nove golos de Eusébio, em 66, que permanecem como quarta melhor marca de um Mundial.

Ora para bater Just Fontaine, um jogador tem de fazer na Rússia, e partindo do pressuposto que a seleção dele alcança as meias-finais, uma média de 1,9 golos por jogo (quase dois golos por jogo, portanto). O que parecendo difícil, não é impossível. Verdade, Ronaldo? Verdade, Messi?

Mundial – melhor marcador, golos

Suécia 58 – Just Fontaine (França), 13 golos

Suíça 54 – Kocsis (Hungria), 11 golos

México 70 – Gerd Muller (Alemanha), 10 golos

Inglaterra 66 – Eusébio (Portugal), 9 golos

Brasil 50 – Ademir (Brasil), 8 golos

Coreia/Japão 2002 – Ronaldo (Brasil), 8 golos

Uruguai 30 – Guillermo Stabile (Argentina), 8 golos

Alemanha 74 – Grzegorz Lato (Polónia), 7 golos

França 38 – Leonidas (Brasil), 7 golos

Estados Unidos 94 – Oleg Salenko (Rússia) e Stoichkov (Bulgária), 6 golos

Brasil 2014 – James Rodriguez (Colômbia), 6 golos

Alemanha 2006 – Miroslav Klose (Alemanha), 6 golos

Itália 90 – Toto Schillaci, 6 golos

México 86 – Lineker (Inglaterra), 6 golos

Argentina 78 – Mario Kempes (Argentina), 6 golos

Espanha 82 – Paolo Rossi (Itália), 6 golos

França 98 – Davor Suker (Croácia), 6 golos

África do Sul 2010 – Thomas Muller, 5 golos

Itália 34 – Oldrich Nejedly (Checoslováquia), 5 golos

Chile 62 – Florian Albert (Hungria), Garrincha (Brasil), Valentin Ivanov (URSS), Drazen Jerkovic (Jugoslávia), Leonel Sanchez (Chile), Vavá (Brasil), 4 golos