E ao terceiro jogo, Enzo Fernández ganhou a titularidade.

O médio do Benfica começou o Mundial 2022 no banco, mas foi lançado à hora de jogo na derrota surpreendente da Argentina frente à Arábia Saudita, na estreia albiceleste. Quatro dias depois, o cenário voltou a repetir-se: Enzo jogou meia-hora frente ao México e ainda foi a tempo de estrear-se a marcar pela seleção das pampas, num dos golos do torneio. Um momento que decerto terá ajudado o futebolista a ganhar a titularidade para a «final» frente à Polónia, na qual fez o que ninguém tinha feito desde um tal de Lionel Messi.

E Enzo, diga-se, justificou em pleno a aposta de Lionel Scaloni, de tal maneira que foi ovacionado pela hinchada argentina presente no Estádio 974, em Doha.

Das bancadas para as redações, os aplausos prolongaram-se. É que a imprensa do país sul-americano foi unânime: o jovem do Benfica foi um dos homens do jogo.

Serenidade primeiro, para depois ser a figura da noite

Para o Clarín, Enzo foi mesmo a «figura da noite». «Como cinco posicional, foi o responsável pelo primeiro passe certeiro que tirou todas as dúvidas da equipa. Deu fluidez e dinâmica para mover a bola de um lado para o outro. Fez uma assistência mágica para Álvarez no 2-0. Ganhou a sua primeira ovação de pé», lê-se na publicação que deu uma classificação de nove (numa escala de zero ao dez) ao futebolista formado no River Plate.

Para o Tyc Sports, Enzo (com uma pontuação de oito) só teve companhia em Messi e Molina na vitória ante os polacos. O jornal também destaca a ovação de pé que os adeptos lhe dedicaram, e depois de «um par de imprecisões no começo do jogo». «Depois serenou e distribuiu jogo como sabe fazer, tentando até um golo em arco que passou por cima.»

Oito foi também a avaliação do Olé à performance do médio de 21 anos, «que sofreu no início com Lewandowski». «Na segunda parte começou com menos participação no jogo, até que protagonizou aquela jogada com o Julián Álvarez para o 2-0. Bom passe, sempre a quebrar linhas, mais vertical e seguro», analisou aquele que é um dos jornais desportivos mais famosos da Argentina.

«Com Messi como chefe, Enzo Fernández e Julián Álvarez serão sempre os melhores empregados»

Por último, para o La Nacion, será difícil Scaloni, o técnico albiceleste, voltar a abdicar de Enzo no onze titular. Até porque «com Messi como chefe, Enzo Fernández e Julián Álvarez serão sempre os melhores empregados», lê-se no artigo publicado.

«Enzo Fernández e Julián Álvarez mostraram as mesmas virtudes nos respetivos clubes e na seleção: uma rápida capacidade de adaptação às altas exigências e um jogo tão dinâmico que responde às exigências europeias. Em pouco tempo geraram aquela agitação tão pretendida para a seleção. A partir de agora será difícil tirá-los da equipa.»