Não se descuida em nenhuma curva, cumpre os limites da velocidade e deixa sempre os passageiros com a sensação de que estão em segurança. Lionel Messi continua ao volante da Scaloneta, que já chegou à última paragem deste Mundial do Qatar: a final.

Os argentinos venceram a Croácia por 3-0 na primeira meia-final da prova e desta vez Messi até teve um auxílio de um co-piloto de excelência. Julián Álvarez cavou um penálti e ainda apontou um bis.

FILME DO JOGO

Os primeiros minutos foram lentos e o caminho para o golo até parecia estar muito congestionado, então os argentinos optaram pelos atalhos. A Croácia não foi fiel a si mesma e cometeu dois erros fatais, que ditaram o desfecho da partida.

Aos 34 minutos, Enzo Fernández colocou a bola no espaço que Julian Álvarez atacou em posição regular face ao péssimo posicionamento de Lovren e o avançado do Manchester City foi derrubado por Livakovic.

Na marca dos 11 metros, Messi nem sequer deu hipóteses e aplicou um remate colocado a meia altura. E não foi um remate qualquer. Serviu para chegar aos 11 golos em Mundiais e ultrapassar Batistuta como máximo goleador argentino na competição.

Se Messi teve razões de queixa no passado quanto aos parceiros de ataque (falem-lhe de Gonzalo Higuaín), parece ter encontrado a companhia ideal. Aos 39 minutos, o astro do PSG arrancou para o contra-ataque após um pontapé de canto a favor dos croatas, perdeu a bola, mas Álvarez apoderou-se dela, correu, ganhou uma série de ressaltos, aproveitou a atrapalhação da defesa da Croácia e fez o 2-0, que praticamente sentenciou o desfecho do jogo.

Na segunda parte, viu-se uma Croácia muito mais virada para o ataque, mas a Scaloneta continua a carburar a todo o gás.

Messi colocou prego a fundo, desenhou a mais bonita jogada vista neste Mundial, trocou as voltas a Josko Gvardiol (que até tem sido um dos melhores centrais na prova) e assistiu Álvarez para chegar ao destino, a sexta final da Argentina e a segunda de Messi em Campeonatos do Mundo, depois da de 2014.

É pequeno, franzino e já leva 35 anos, mas ainda tem força para carregar ao colo uma nação inteira. É o génio, Lionel Messi, que por estes dias tem feito acreditar um país e parece mais feliz do que nunca. Seja qual for o desfecho do derradeiro encontro, frente a França ou Marrocos, o astro argentino terá de ser coroado o melhor jogador do torneio e já conquistou um lugar ao pé dos deuses do futebol.

PS: Há jogadores de futebol que também são gentlemans da bola. Luka Modric é um exemplo disso. Mais um Mundial de excelência do médio de 37 anos, que foi o expoente máximo desta talentosa geração croata. Vai despedir-se com um jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares.