A federação inglesa diz que teve de abdicar da intenção de usar a braçadeira arco-íris no Mundial 2022 porque a FIFA ameaçou com uma ação disciplinar «ilimitada».

«É importante que se perceba o que aconteceu. Deixámos claro que queríamos usar a braçadeira, que tínhamos esse compromisso. Anunciámos isso em setembro, e tivemos várias reuniões com a FIFA nesse período. No sábado, antes do jogo, sentimos que tínhamos chegado a um entendimento. Não havia permissão para usar, mas assumíamos uma multa», começa por explicar Mark Bullingham, CEO da federação inglesa, em declarações à ITV.

«Infelizmente, no dia do jogo, recebemos um aviso. Vieram com cinco oficiais da FIFA, e colocaram-nos um cenário em que, no mínimo, toda a gente com a braçadeira seria admoestada e enfrentaria ação disciplinar para lá disso», acrescenta.

«Era algo ilimitado. Haveria ações disciplinares para qualquer jogador que usasse a braçadeira, para além do cartão amarelo», reforça o dirigente inglês.

Bullingham explica que a federação inglesa entendeu que não podia colocar os jogadores nessa situação, e por isso decidiu não usar a braçadeira arco-íris, mas não esconde o descontentamento com a FIFA.

«Há muitas palavras que podiam ser utilizadas. O que posso dizer é que o sentimento é de elevada frustração. Estamos zangados. Entendemos que foi inacreditável a forma como se comportaram», conclui.