Quando era criança e já tinha a paixão pelas balizas, Emiliano Martínez era gozado pelas luvas que usava para defender. Eram fracas, mas as únicas que os pais podiam comprar. E foi com elas que começou a agarrar o mundo.

Mais tarde, chamou a atenção do Independendiente e deixou Mar del Plata rumo a Avellaneda, onde o seu potencial começou a ser puxado ao limite.

Os pais, ele funcionário do porto de Mar del Plata, e ela doméstica, investiram as parcas poupanças da família para comprar um carro que lhes permitisse visitar o filho em Avellaneda de duas em duas semanas… mesmo que muitas vezes precisassem de pedir dinheiro emprestado para atestar o depósito.

Mas também esse esforço valeria a pena ainda antes de «Dibu» chegar à maioridade.

O Arsenal contratou-o depois de dar nas vistas no Sul-Americano sub-17, em 2010, e após alguns empréstimos, fez uma boa época quando teve oportunidade em 2020 e convenceu o Aston Villa a contratá-lo, tornando-se figura na Premier League.

O homem que se refugia no yoga, pilates, boxe e na terapia com o psicólogo que trabalha com a equipa feminina do Arsenal.

Mas há também um pilar luso na base do sucesso: Amanda Gama.

A portuguesa com quem está desde 2013, e com quem tem dois filhos: Santi e Ava, a pequena que «Dibu» só conheceu através de videochamada dois dias antes de se tornar herói argentino nos penáltis das meias-finais da Copa América que a albiceleste conquistaria em 2021.

Com provocações aos jogadores adversários, que se ouviram porque o estádio estava vazio, Martínez conseguiu «entrar na cabeça» dos jogadores colombianos e defendeu três penáltis seguidos.

Este texto foi baseado no perfil de Emiliano Martínez, que pode ler no dossier dedicado à seleção Argentina, um dos vários conteúdos publicados no âmbito da Guardian Experts’ Network, a rede de meios de comunicação que tem o Maisfutebol como representante português, para partilha de informação relativa ao Mundial 2022.