A FIFA abriu um processo disciplinar contra a Federação Croata de Futebol (HNS) devido a insultos proferidos por adeptos da seleção da Croácia contra o guarda-redes canadiano de origem sérvia, Milan Borjan, anunciou esta terça-feira a própria federação.

O episódio ocorreu durante o Croácia-Canadá, da segunda jornada do Grupo F do Mundial 2022. A decisão da FIFA baseou-se no «comportamento discriminatório e xenófobo» de alguns adeptos croatas durante o jogo, no qual exibiram, também, faixas que se enquadram nessa qualificação.

Durante a partida, que terminou com a vitória da Croácia por 4-1, os adeptos croatas gritaram insultos a Milan Borjan, um sérvio nascido na Croácia, que fugiu do país ainda criança durante a guerra da independência da Croácia, entre 1991 e 1995.

«Knin 95 - nada funciona como Borjan», podia ler-se numa das faixas, numa alusão à cidade de Knin, reduto dos rebeldes sérvios na Croácia, onde nasceu Borjan. A faixa refere-se ainda a uma operação militar das forças croatas em 1995, que pôs fim à guerra e levou à fuga de mais de 200 mil sérvios do país.

De acordo com alguns meios de comunicação social croatas, o jogador irritou muitos croatas ao ter afirmado que não nasceu na Croácia, mas sim na República Sérvia da Krajina, assim designada pelos rebeldes sérvios nos territórios da Croácia que controlaram durante alguns anos.