O Senegal venceu o Qatar por 3-1, recuperou a possibilidade de continuar a lutar pelos oitavos de final e deixou o anfitrião já com um pé fora da competição. Um jogo praticamente de sentido único, com os campeões africanos a confirmarem o favoritismo diante de um adversário que pouca mossa fez e apenas pôde festejar o primeiro golo marcado numa fase final.

Um jogo de tudo ou nada para as duas nações que perderam os primeiros jogos na competição. O Qatar fez três alterações, mudando inclusive de guarda-redes, face ao desaire diante do Equador, enquanto os Leões de Téranga apostaram essencialmente em reforçar o ataque, com Aliou Cissé a juntar Diédhiou a Boulaye Dia na frente, depois da derrota diante dos Países Baixos.

Os campeões africanos assumiram, desde logo, as despesas do jogo, com mais posse de bola, instalando-se rapidamente no meio-campo qatari, circulando a bola à procura de oportunidades de remate. O Qatar, por seu lado, a defender com uma linha de cinco, apresentou uma atitude mais conservadora, fechando-se bem atrás, para depois explorar as transições, quase sempre com os olhos em Akram Afif.

Apesar do intenso domínio e do constante assédio à baliza do Qatar, os dois avançados do Senegal revelavam pouco acerto na área, sobretudo na zona de finalização. A verdade é que o Qatar susteve as primeiras investidas dos africanos, foi ganhando confiança e foi defendendo cada vez mais à frente, afastando o Senegal da sua baliza. Foi nesta altura que o Qatar ensaiou as primeiras transições e Akram Afif até teve uma boa oportunidade para abrir o marcador quando entrou destacado na área. No entanto, em vez de optar pelo remate, Afif travou a fundo à espera do contato de Sarr, mas o árbitro espanhol, Mateu Lahoz, nada assinalou.

Logo a seguir, já com o intervalo à vista, o Senegal chegou finalmente à vantagem. Erro tremendo do defesa Khoukhi que, ao tentar fazer um corte, escorregou e deixou a bola à disposição de Boulaye Dia que atirou a contar. A festa africana explodia nas bancadas e iria prosseguir no arranque da segunda parte, com o segundo golo do Senegal logo a abrir. Canto da direita, marcado a baixa altura por Jakobs, com Diédhiou a surgir junto ao primeiro poste para bater Barsham com uma grande cabeçada. Estava feito o segundo e parecia tudo decidido.

Qatar festejou e ainda assustou

Parecia tudo decidido porque, até aqui, o Qatar tinha tido pouca capacidade para incomodar a baliza de Mendy, mas a verdade é que este segundo golo acabou por libertar a equipa asiática de amarras e o Qatar ainda teve uma palavra a dizer neste jogo.

À medida que o Senegal começou a baixar, certamente já a pensar no decisivo embate com o Equador, o Qatar crescia na mesma medida e criou várias oportunidades até ao ambicionado golo. Mohammed Muntari, que tinha acabado de saltar do banco, bateu Mendy com uma poderosa cabeçada a cruzamento de Mohamad da direita. Um golo muito festejado pelos adeptos nas bancadas, não só por ser o primeiro numa fase final, mas porque, com doze minutos por jogar, colocava o Qatar na luta pelo resultado.

Houve ali um momento de dúvida, com o Qatar a subir as suas linhas e a ameaçar o empate, mas o Senegal acabou por afirmar-se definitivamente com o terceiro golo, assinado por Bamba Dieng aos 86 minutos.

Com este triunfo, o Senegal soma os primeiros três pontos e junta-se aos Países Baixos e Equador que se defrontam agora às16h00.