A Bélgica inicia o percurso no Mundial 2022 esta quarta-feira, diante do Canadá, mas a conferência de imprensa de antevisão ao jogo foi dominada pelas questões de direitos humanos que têm marcado a prova. 

Várias seleções tiveram de recuar na intenção de usar as braçadeiras de capitão coloridas em solidariedade com a comunidade LGBTQ+ devido a ameaças da FIFA, já que os jogadores poderiam receber cartão amarelo logo no início do jogo. Agora, a Bélgica foi forçada a ocultar a inscrição ‘love’ (amor) do segundo equipamento e o ex-Benfica Jan Vertonghen confessou que tem receio em falar publciamente sobre o assunto

 

«Quando marcamos uma posição ao usar a braçadeira, estamos a castigar-nos a nós próprios», começou por dizer.

«Receio que, se disser alguma coisa sobre isto, talvez não possa jogar amanhã. Nunca experienciei isto antes no futebol e espero nunca mais vivê-lo, porque isto não é bom. Estamos a ser controlados. Não gosto de fazer declarações políticas, mas até tenho medo de dizer alguma coisa sobre isto. Estamos apenas a dizer coisas normais contra racismo e discriminação e se nem sequer se pode dizer coisas sobre isso... Mas é melhor eu não falar nada sobre isso, porque amanhã posso ser punido e não ter permissão para entrar em campo. Acho que isto diz o suficiente», completou.

A Bélgica estreia-se esta quarta-feira no Mundial 2022, frente ao Canadá às 19h00, na primeira jornada do Grupo F.