O governo do Qatar aprovou medidas para melhorar a forma como são tratados os trabalhadores estrangeiros no país. O anúncio chega depois de o emirado, que se prepara para receber o Mundial de 2022, ter sido alvo de duras críticas da comunidade internacional, devido a relatos dando conta da morte de alguns imigrantes e ainda das péssimas condições em que estes viviam.

As empresas ficam obrigadas a abrir contas bancárias para os trabalhadores e a pagar os salários por transferência, num prazo máximo de sete dias, podendo ser alvo de sanções, caso não cumpram o estipulado.

Outra das medidas anunciadas pelo ministro do trabalho e assuntos sociais, Abdullah Saleh Mubarak al-Khulaifi, foi a proibição da realização de trabalhos ao ar livre sob o calor do verão - entre as 11h30 e 15 horas, de junho ao final de agosto.

O governo do Qatar resolveu ainda lançar um sistema de reclamações eletrónicas e construir alojamentos com capacidade para receber até 150 mil trabalhadores.

«Sabemos que há ainda muito a fazer, mas estamos a fazer progressos», apontou o governante, em comunicado. O documento não revela quando serão implementadas as medidas aprovadas.

Em setembro de 2013, o «The Guardian» noticiou que dezenas de trabalhadores oriundos do Nepal teriam morrido em trabalho e que estes não recebiam quantidades suficientes de comida e água. Segundo o jornal britânico, existia no Qatar uma rede de trabalhos forçados e escravidão.