Os Países Baixos são a primeira equipa apurada para os quartos de final do Mundial 2022!

A turma neerlandesa não facilitou diante da surpresa em ascensão Estados Unidos da América e venceu por 3-1, marcando encontro na fase seguinte com Argentina ou Austrália.

A fase de grupos não encantou, mas os Países Baixos aparentam mesmo ser uma máquina bem oleada. Louis Van Gaal não entende as críticas feitas à laranja e a exibição dos oitavos de final foi uma prova de segurança. Esta seleção pode não ter o brilhantismo de outras gerações, mas tem rigor e eficácia, pelo que ainda não perdeu na competição.

Perante uma equipa sem nada a perder, com muita juventude e uma energia inesgotável, os neerlandeses teriam um bom teste. Os primeiros minutos foram prenúncio disso mesmo, com os norte-americanos a exercerem muita pressão no setor mais recuado dos laranjas e até a criarem a primeira ocasião de golo, pela sua figura maior, Christian Pulisic, que permitiu a defesa de Noppert com a perna esquerda.

Na primeira vez em que os neerlandeses se conseguiram libertar da pressão norte-americana, ligaram bem a jogada de contra-ataque - a maior arma em todo o jogo -, que seguiu pelo corredor direito, onde Dumfries cruzou atrasado para Memphis Depay, em subida de rendimento, abrir as hostilidades.

A perder, os EUA tiveram de assumir ainda mais o protagonismo com bola, mas a posse foi muito mais intranquila e quase inócua, pois não conseguiram sequer furar a linha defensiva dos Países Baixos, que estiveram irrepreensíveis na sua organização.

A linha de produção neerlandesa estava claramente afinada e a fórmula era entendida por todos. Numa «fotocópia» do primeiro golo, e mesmo em cima do apito para o descanso, Dumfries forçou pela direita e colocou a redondinha novamente na zona de penálti, onde desta vez apareceu Blind a finalizar e garantir maior tranquilidade.

Houve espaço para o «American Dream»

Os norte-americanos, no segundo tempo, voltaram a começar com irreverência, mas só conseguiram chegar ao golo à entrada para o último quarto de hora de jogo.

Haji Wright ainda deve estar a pensar como conseguiu marcar. Naquele que será um dos golos mais caricatos desta edição do Mundial, o avançado tocou com o pé direito na bola, de costas para a baliza, e fez um chapéu aos (estupefactos) defesas neerlandeses, acabando no fundo das redes.

Os jovens norte-americanos ainda sonharam com uma reação, mas a locomotiva Dumfries é «pau para toda a obra». Depois de assistir, colocou-se no sítio certo para receber o cruzamento tirado pelo companheiro do lado oposto, Daley Blind, que retribuiu o passe para golo do primeiro tempo.

Trabalho feito.

Agora, segue-se um encontro, teoricamente, de maior grau de dificuldade e Van Gaal vai ter de provar se as peças estão mesmo coordenadas.

Já os EUA, com uma equipa que entusiasmou nos últimos dias, mostrou que o soccer está em claro crescimento no país. Os próximos anos têm tudo para serem risonhos.