A Amnistia Internacional Portugal diz-se «estupefacta» com as declarações do Presidente da República, que nesta quinta-feira reconheceu que o Qatar não respeita os direitos humanos, mas pediu que isso fosse esquecido.

«Fiquei estupefacto com o comentário do Presidente da República, porque é uma pessoa que muito estimamos, e um cargo que muito respeitamos. Esse respeito e estima vem de que Marcelo Rebelo de Sousa normalmente está na linha da frente na defesa dos direitos fundamentais, dos direitos humanos», disse o dirigente.

«Não há razão para que o Presidente, o primeiro-ministro e o presidente da AR vão ao Qatar em representação de Portugal, porque Portugal gosta muito de futebol mas, quero acreditar, não está conivente com abusos de direitos humanos naquele país», acrescentou.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, afirmou hoje que o Qatar «não cumpre com os direitos humanos», apontando que a escolha do país, para acolher o Mundidal2022, «não foi a melhor».

Quem falou também sobre o tema dos abusos de direitos humanos nesta sexta-feira foi o secretário de Estado do Desporto, João Paulo Correia.

«O estado do Qatar não cumpre com os direitos humanos. A escolha que foi feita pela FIFA, que não é de hoje, não foi a melhor e isso já está provado. Os compromissos que o Qatar assumiu, nessa altura, em matéria de direitos humanos, liberdades e garantias não estão a ser cumpridos», disse João Paulo Correia.

O governante, que marcou presença na cerimónia de abertura do Thinking Footbal, no Porto, promovida pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, partilhou, ainda assim, a opinião do Presidente da República, de manter o foco na prestação da seleção nacional.

«Embora a luta pela defesa dos direitos humanos tenha de estar sempre presente, não podemos perder o foco na seleção nacional. Como muitos portugueses, também eu sonho com a conquista do título mundial», notou João Paulo Correia.