Na cerimónia de abertura de um Mundial já muito criticado pelas constantes violações dos direitos humanos durante a construção dos estádios, e na sociedade catari em geral, a organização sacou da carta da inclusão para demonstrar que o Catar está aberto a todos.

No estádio Al Bayt, Morgan Freeman e Ghanim Al Muftah apareceram sobre o relvado. Se o primeiro dispensa apresentações, o segundo nome não diz nada à maioria das pessoas. Quem é, afinal, Al Muftah?

Este empresário e influencer catari nasceu em 2002 com uma rara condição genética denominada Síndrome de Regressão Caudal, que fez com que o seu corpo não se desenvolvesse a partir da parte de baixo da coluna. No entanto, Al Muftah não se deixou prender.

Considerado como o mais jovem empreendedor do Catar, agora com 20 anos, fundou ainda menor de idade a cadeia de gelatarias Gharissa, que quer expandir para toda a região do Golfo Pérsico.

 

Al Muftah alimenta também a sua paixão pelo desporto, e já manifestou várias vezes o seu desejo de participar nos Jogos Paralímpicos. Natação, mergulho, skateboarding e caminhada são os seus desportos favoritos, tendo também assinalado um feito na escalada, ao conseguir ter subido ao topo da Jebel Shams, em Omã, a montanha mais alta da região. Apesar disso, a sua vida não é nada fácil, uma vez que, anualmente, é submetido a cirurgias para ter mais qualidade de vida.

À nascença, o jovem empreendedor tinha uma esperança média de vida de 15 anos, estimativa já largamente superada. Além destas facetas, Al Muftah é orador motivacional, procurando transmitir uma mensagem de esperança a quem padece da mesma condição ou outras similares.

No futuro, o jovem, que atualmente estuda Ciência Política, quer ser diplomata e embaixador do Catar no mundo. A julgar pela presença na cerimónia de abertura de um dos Mundiais mais polémicos de sempre, está num bom caminho.