No Luxemburgo uma vitória. Mas sem grandes luxos.

Portugal torneou uma primeira parte cinzenta no Luxemburgo com alguma fortuna e cirurgia.

O campeão europeu viu-se a perder à meia hora de jogo, mas o golo de Diogo Jota mudou o seu decurso no último lance da primeira parte. Depois, Cristiano Ronaldo – ainda que perdulário no relvado do Josy Barthel – lá assinou a reviravolta para ficar mais próximo do iraniano Ali Daei, antes do descanso com a estreia de João Palhinha a marcar, a dez minutos dos 90.

A seleção nacional valeu-se de alguma qualidade individual em momentos de finalização para somar os três pontos e ficar em igualdade pontual com a Sérvia no grupo A, com sete, ao fim de três jogos. Depois de roçar alguma pobreza de soluções, já vista em Turim ante o Azerbaijão, a equipa lusa entrou passiva e desinspirada em campo. A ter que fazer muito mais.

Pode dizer-se que, até ao 1-0 de Gerson Rodrigues, foi um tanto de demérito de Portugal, como de mérito do Luxemburgo, organizado e a mostrar que o crescimento dos últimos anos não é ao acaso. Nem, por exemplo, a vitória alcançada no fim-de-semana ante a República da Irlanda.

O golo de Gerson:

O golo do atacante do Dínamo de Kiev surgiu após a melhor ocasião de Portugal até então, por Renato Sanches. Na sequência de um canto do lado esquerdo, a bola viajou até Sinani do lado direito, que cruzou para o desvio de cabeça de Gerson, o miúdo que cresceu no Monte da Caparica.

Luxemburgo-Portugal: a reportagem do jogo

Foi só nos últimos dez minutos da primeira parte que Portugal cresceu mais no jogo. Bernardo, que tinha começado mais à frente no terreno, foi apoiar mais Rúben Neves e Renato Sanches no meio-campo e ajudou a impulsionar um pouco mais a equipa para a frente. Foi até do extremo do Manchester City que surgiu nova ocasião (36m), antes de outra de Renato Sanches (43m), esta já sem João Félix em campo.

O jogador do Atlético de Madrid saiu lesionado, parecia carregar mais ainda o cenário negro de Portugal em jogo, mas em boa hora saiu Pedro Neto do banco, a criar a jogada e o cruzamento para Diogo Jota cabecear para o 1-1.

O golo de Diogo Jota:

Na segunda parte, Cristiano Ronaldo assinou o 103.º golo pela seleção a cruzamento de João Cancelo, logo aos 51 minutos, num golo que podia ter sido seguido de outro, por Nuno Mendes: o lateral do Sporting nem parece estar nos primeiros tempos de seleção A. Que tranquilidade e disposição ao jogo.

Mas foi quando Portugal assumiu a vantagem que o Luxemburgo, aos poucos, voltou a pressionar alto e a incomodar Portugal. Tanto que ficou perto do 2-2 por Gerson e pelo recém-entrado Sébastien Thill, que obrigou Anthony Lopes a uma das defesas do jogo (71m).

O golo de Cristiano Ronaldo:

Na resposta, Ronaldo fez um hino ao desperdício, ao falhar na cara de Moris, que defendeu duas vezes antes de o português marcar, mas já em fora-de-jogo (78m). Pedro Neto, no minuto seguinte, também não conseguiu marcar e foi à terceira tentativa, em três minutos, que Portugal descansou no marcador. Palhinha precisou de dois minutos em campo e de três internacionalizações para marcar pela seleção principal e rubricar uma vitória que valeu por isso mesmo. Foram três jogos em sete dias, não há jogos fáceis e nem sempre as exibições são de luxo. Mas do Luxemburgo saem mais três pontos: é o que conta.

O golo de João Palhinha: