Bernardo Silva até respirou fundo ao ser confrontado com uma pergunta que partia do pressuposto de que tinha realizado uma exibição menos inspirada do que tem sido habitual, frente ao Gana. Sempre educado, o internacional português deixou claro que respeitava a pergunta, mas justificou a sua discordância.

«Eu tento responder dentro de campo ao que o jogo pede. Se sinto que a equipa precisa mais de mim na fase de construção, perto dos centrais, é isso que tento fazer. Se sinto que a equipa está com o controlo, e posso apoiar mais na frente, é isso que faço. Na fase defensiva também tento puxar a malta da frente para condicionar o adversário, e fazer a ligação entre ataque e defesa, ali no meio, na pressão. Se o jogo com o Uruguai pedir coisas diferentes, vou tentar fazer coisas diferentes para ajudar a Seleção. Fiquei satisfeito com a minha exibição, pois nos momentos em que a equipa precisou de diferentes coisas, eu acho que estive lá. Se marco menos golos ou se faço menos assistências, ou menos cabritos e fintas, isso é pouco relevante. Eu quero é que Portugal ganhe», respondeu.

Relativamente ao coletivo, o esquerdino reconheceu que há coisas a melhorar, mas acredita que a Seleção está no rumo certo, e até fez a distinção para aquilo que manifestou após a derrota com a Sérvia, no apuramento.

«Aquilo que acho é que as derrotas do passado serviram para aprender e tentar não cometer os mesmos erros. Aquilo que vi no primeiro jogo do Mundial, com o Gana - e também com a Nigéria, que foi um amigável, mas um jogo muito sério - foi uma seleção que consegue controlar os momentos do jogo. O que não aconteceu com a Sérvia, por exemplo. E se fui muito crítico a seguir a esse jogo, agora digo que temos controlado muito bem os momentos do jogo. Claro que há coisas a melhorar, e o futebol é um jogo de erros. Sobretudo nestas competições, temos de minimizar os nossos erros e maximizar os erros do adversário. Na primeira parte não demos hipóteses nenhumas ao Gana de contra-atacar. Creio que não fizeram nenhum remate à nossa baliza. Podíamos ter sido mais agressivos a circular a bola, em alguns momentos, mas a base que a seleção tem vindo a mostrar, é a base correta para chegar longe, na minha opinião», sustentou.