Ronaldo. Ronaldo. Ronaldo. Ronaldo. Ronaldo.

Demorou até mudar o tema na preparação para o Mundial.

Foi antes da concentração. Foi durante. Foi antes da viagem para o Qatar. Foi na chegada. Foi após a conferência do capitão da seleção.

Ronaldo. Ronaldo. Ronaldo. Ronaldo. Ronaldo.

E ele é mesmo incontornável.

Cinco vezes incontornável.

Ao quinto Mundial da carreira, Cristiano Ronaldo tornou-se no primeiro jogador da história a marcar em cinco fases finais. (Era nisso que pensava quando se emocionou no momento do hino?). Histórico.

Fê-lo ao minuto 65m, na conversão de um penálti a castigar falta que ele próprio sofreu, após um passe de calcanhar de João Félix, e com isso lançou Portugal para a vitória no jogo de estreia neste Mundial 2022.

Antes disso, ainda na primeira parte, tinha falhado um lance que lhe é pouco habitual: isolado por Bruno Fernandes, falhou a receção e permitiu depois a «mancha» do guarda-redes ganês.

Entre esse lance, no décimo minuto, e o golo inaugural, Portugal teve muita posse de bola. Trocou muito a bola. Mas teve pouca presença na área.

Mas quando o golo parecia que ia acalmar a equipa, isso não aconteceu.

Num ataque pela esquerda, Kudus cruzou, Danilo atrapalhou-se, e Ayew fez o empate aos 73m.

Só após o golo sofrido é que Fernando Santos mexeu na equipa – no início da segunda parte trocou o lesionado Otávio por William, mas manteve a estrutura – e isso fez bem ao jogo da seleção.

Rafael Leão substituiu Rúben Neves, Bruno Fernandes passou para o centro do terreno e virou tudo do avesso.

Um minuto depois da entrada de Leão, Bruno Fernandes fez um passe genial a isolar Félix que, na cara de Ati Zigi não tremeu e picou-lhe a bola para o fundo da baliza.

E dois minutos volvidos, outra vez Bruno Fernandes. Félix recuperou uma bola em esforço no meio-campo defensivo, tocou para o médio do Manchester United conduzir até fixar dois defesas ganeses e soltar para o remate vitorioso de Rafael Leão.

Tudo resolvido, certo?

Errado!

Novamente quando parecia que a equipa podia ficar confortável, um erro defensivo de Cancelo permitiu que o Gana reduzisse para 3-2 em cima do minuto 90.

E depois, foi quase tudo bem feito durante os nove minutos de compensação. A seleção portuguesa passou quase todo o período de descontos a trocar a bola perto da área ganesa.

Mas no último suspiro, um erro de Diogo Costa quase deitava tudo a perder. No último lance do jogo, o guarda-redes não percebeu que tinha um jogador ganês atrás de si, colocou a bola no chão e permitiu que Iñaki Williams lha roubasse e rematasse em direção à baliza… ainda que em queda.

Rúben Dias impediu que o remate do ganês saísse com força, Danilo cortou quando a bola se enrolava para a baliza e 10 milhões de portugueses respiraram de alívio.

Com sofrimento. À portuguesa. Mas o primeiro está feito.

Começamos com história!