A África do Sul, organizador do Mundial 2010, esqueceu-se de preparar o local de estágio para a prova que recebe em Junho. Uma negligência que deixou os responsáveis da federação «embaraçados» e «envergonhados». Foi o próprio presidente da Federação Sul-Africana de Futebol que o admitiu.
Inicialmente o seleccionador Carlos Alberto Parreira tinha dito querer um centro de treinos que ficasse longe de um centro urbano e perto de um aeroporto. Foi então escolhido o Esselen Park Scholl of Excellence, um complexo em avançado estado de deterioração, mas que reunia todas as condições desejadas.
Para poder receber a primeira selecção a ter a garantia que ia participar na prova, era necessário remodelar o espaço, para o que foram disponibilizados 1,6 milhões de euros. O problema é que a federação sul-africana vive em permanente instabilidade directiva. Saiu o antigo presidente, entrou o novo e as obras nunca avançaram.
Ora por isso, e quando faltam cerca de três meses para a concentração dos jogadores sul-africanos que vão defender o país, é impossível realizar as referidas obras em tempo útil. Nesse sentido, e quando já todas as restantes 32 selecções apuradas têm quartel-general, a África do Sul foi a última a fazê-lo.
«Sabíamos em Maio de 2004 que íamos receber o Mundial em 2010. Esperava-se, por isso, que a Federação Sul-Africana assegurasse o melhor campo de treinos disponível, uma vez que jogamos em casa. No entanto não o fizemos e agora perguntamos o que esteve mal», referiu o presidente Leslie Sedibe.
Leslie Sedibe entrou na Federação Sul-Africana de Futebol há apenas um mês e culpou o executivo anterior. «Aqui estamos nós, os organizadores, a ser a última selecção a escolher o local de estágio», referiu. Ora o local escolhido foi uma segunda opção: o Sandown High School, bem distantes das exigências de Parreira.