A eliminação de um campeão do mundo é sempre notícia. Desta vez não é diferente. A selecção de Itália caiu com estrondo deste Mundial, de nada lhe valendo a colocação num grupo aparentemente acessível. Orfã do talento de Roberto Baggio, Francesco Totti e Alessandro Del Piero, os últimos grandes maestros da squadra azzurra, esta Itália de Lippi começou a desmoronar por onde menos se pensava.

Com uma defesa anormalmente frágil, a Itália esqueceu por completo o manual de bem defender, mandou o viperino catenaccio às urtigas e abriu brechas atrás de brechas à frente do pobre Federico Marchetti (Buffon só fez os primeiro 45 minutos no Mundial).

Os 36 anos de Fabio Cannavaro impediram-no de manter o nível de 2006, enquanto Giorgio Chiellini não pareceu merecedor da herança deixada por outros grandes centrais do passado italiano: Nesta, Maldini e Costacurta, já para não falar de Baresi.

O adeus, ou arrivederci, foi justo. Resta acrescentar que a Nova Zelândia, provavelmente a mais débil de todas as selecções da prova, ficou com três pontos e à frente da Itália. Inacreditável.

Grupo F: Eslováquia-Itália, 3-2

Neste mesmo Grupo F, aplausos para o Paraguai. Apesar da pobre exibição diante dos All Whites, a selecção sul-americana concluiu a passagem por esta primeira fase no primeiro lugar. Nos oitavos-de-final vai defrontar o Japão e tem tudo o que é necessário para seguir em frente.

Esta será a quarta presença dos guarani entre os 16 melhores. Até agora, nunca logrou a qualificação para o patamar superior. Frente à Nova Zelândia, importa sublinhar a primeira titularidade de Oscar Cardozo neste Mundial. O ponta-de-lança do Benfica jogou 66 minutos e demonstrou estar longe do seu melhor.

Grupo F: Paraguai-Nova Zelândia, 0-0

No Grupo E, uma semi-surpresa. A Dinamarca, que ficou à frente de Portugal na fase de qualificação, perdeu diante do Japão numa verdadeira final antecipada. Os nórdicos demonstraram muita vontade e pouco futebol. Dois livres directos, ainda na primeira parte, colocaram os samurais pela segunda vez nos oitavos-de-final.

Este Japão é organizado, tem dois excelentes centrais (Nakazawa e Túlio Tanaka) e um homem endiabrado no ataque: Keisuke Honda. Para já, fez o que poucos acreditavam. O que conseguir daqui para a frente será sempre memorável.

Grupo E: Dinamarca-Japão, 1-3 (crónica)

Para finalizar, referência para mais uma vitória da Holanda. Uma vez mais sem forçar, a aparentar uma facilidade assustadora, esta nova versão da laranja mecânica assume-se como uma das grandes candidatas à vitória final. E agora já tem Arjen Robben.

A Eslováquia, apesar da resposta excelsa desta quinta-feira, não é um obstáculo suficientemente forte para impedir o avanço das tropas de Bert van Marwijk.

Grupo E: Camarões-Holanda, 1-2 (crónica)

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