O primeiro jogo do FC Porto no Mundial de Clubes foi nervoso. Nervoso para os azuis e brancos e nervoso para os verdes do Palmeiras. Terminou, tal como o outro jogo do grupo, com um nulo que não espelhou o que se passou nos 90 minutos no MetLife Stadium, onde estiveram duas equipas erráticas, mas também corajosas e declaradamente em busca da felicidade, o que fez do Palmeiras-FC Porto um jogo não propriamente bem jogado, mas emotivo.

A tarde começou com João Mário a ameaçar logo no segundo minutos, mas Weverton fechou a baliza aí e em pelo menos mais duas ocasiões numa primeira parte que terminou a zeros, mas que podia perfeitamente ter registado um ou mais golos para cada lado.

Porque, como se disse, houve muitos erros, alguns deles nascidos de cortes comprometedores ou nas primeiras etapas da construção e que apanharam as defesas em contrapé.

Foi assim que Estêvão disparou de pé esquerdo a rasar o poste ao minuto 5, que Rodrigo Mora, na resposta, falhou por pouco o alvo, ou que Estêvão, numa ligação iniciada por Ríos após perda de bola do teenager do FC Porto, atirou para defesa de Cláudio Ramos, que voltaria a fechar a baliza, com duas defesas seguidas, em cima do término da primeira parte, numa jogada em que o verdão sufocou a pequena-área portistas com três oportunidades num espaço de não mais do que cinco segundos.

A primeira parte, também marcada por muitas faltas – mais de 20 – terminou com várias oportunidades de parte a parte, mas castigou também a falta de acerto com que os avançados foram respondendo ao desacerto alheio.

Ao FC Porto, ainda que por vezes exposto à velocidade e aos processos simples, mas eficazes com bola do Palmeiras, não faltou competitividade. Foi, finalmente, Porto. O Porto destemido e competitivo que Martín Anselmi lembrara na véspera ser um grande que já tocou no topo do Mundo.

Os 20 minutos iniciais da segunda parte foram do dragão, que regressou dos balneários com mais segurança na circulação da bola e a mesma capacidade para encontrar espaços no último terço. Fábio Vieira obrigou Weverton a uma das defesas da noite e Zé Pedro, na sequência de um canto batido por Varela, também ameaçou pouco depois.

Abel respondeu ao ascendente portista com três substituições de uma assentada. Tirou o ex-portista Felipe Anderson, Maurício e o prodígio Estêvão, quase sempre marcado com competência. Pouco depois, saiu Vitor Roque e o conjunto brasileiro ficou com uma linha atacante totalmente renovada e mais fresca e agressiva do que a anterior.

Allan forçou Cláudio Ramos - candidato a homem do jogo - a mais uma defesa difícil, Flaco López desviou a rasar o poste e Moreno acertou no ferro esquerdo, numa das últimas investidas dos paulistas.

Por essa altura, no FC Porto já não estavam em campo Gabri Veiga – reforço dos azuis e brancos foi titular e o primeiro a sair – ou Rodrigo Mora, massacrado pelos adversários e em claro défice físico nos últimos minutos no jogo.

Os azuis e brancos acabaram o jogo a ter de sofrer para segurar o resultado. E resistiram.

Também aqui, numa altura em que tanto parecia faltar, voltaram a ser Porto.