Ainda não o era, nem estava perto de o ser. Em 2009, Enzo Perez ainda não era benfiquista, mas fazia parte da melhor equipa sul-americana a altura. Já Jeffrén estreava-se por aquela que era já considerada a melhor do mundo. Mas ao Barcelona faltava o título mundial, para que não restassem dúvidas. E naquele ano, o agora sportinguista roubou o sonho ao extremo encarnado. Em Abu Dhabi, Jeffrén venceu o Mundial de Clubes a Enzo Perez.

O argentino foi titular. O Estudiantes era liderado por Verón em campo e pelo actual seleccionador argentino, Alejandro Sabella, no banco. Boselli fez o 1-0, ainda no primeiro tempo. A tal melhor equipa do mundo via-se em apuros na final e, como sempre acontece nestas coisas, até aos 89 minutos deixou os adeptos do «Pincha» com esse direito de reclamarem o epíteto.

Só que Guardiola emendou a tempo. Enzo Perez já deixara o relvado quando Jeffrén entrou para agitar o Barcelona. O «Leon» argentino esteve perto, muito perto de conquistar o segundo troféu intercontinental da história.

«O primeiro pensamento que tive é que o título nos escapava», recordou Jeffrén, numa entrevista a um jornal de Tenerife, onde cresceu, publicada nesta quinta-feira. «Depois lembro-me de aquecer e querer entrar», continuou o espanhol, na altura a dar os primeiros passos no Barça. «Também me recordo de pisar o relvado e jogar essa grande final e, claro, depois do jogo, a euforia e a felicidade que tínhamos», acrescentou.

Antes, Jeffrén entrara para o lugar de Thierry Henry. «Pensava que ia entrar o Bojan», revelou, sincero. Depois, desequilibrou e, embora não tivesse influência directa nos golos catalães, foi elogiado pela imprensa. Da Catalunha e de Madrid. O Barça salvou-se à beirinha do fim, com Pedrito a marcar aos 89 minutos. Depois do empate, a glória, com o inevitável Messi a fazer o 2-1.

Os argentinos resignavam-se, Guardiola chorava e o Barça tornava-se na única equipa a vencer seis troféus numa temporada. «Não sei se foi o meu melhor jogo com o Barcelona, mas sei que foi um dos melhores, porque demonstrei a mim próprio o que valia. Vejo esse vídeo muitas vezes, para me motivar», confessou Jeffrén.

O Barcelona volta a uma final. Agora frente ao Santos, de Danilo. Enquanto os catalães tentam tocar o céu outra vez, Jeffrén e Enzo Perez vivem realidades distantes daquela de 2009. Ambos estão lesionados. O espanhol espera voltar em força em 2012, enquanto o treinador do Benfica, Jorge Jesus, aguarda que o argentino possa ser mais-valia na equipa.