Jorge Jesus fez questão de apontar o foco para o Al Hilal, na antevisão do jogo da meia-final do Mundial de Clubes, marcado para esta terça-feira, desviando-se das perguntas relacionadas com o Liverpool, recordando que já houve outras equipas brasileiras, com estatuto de favoritas, que falharam o acesso à final. Além disso, o treinador português recorda que conhece bem o valor do primeiro adversário do Flamengo nesta competição.

O treinador português conhece bem a equipa saudita que treinou este ano e, talvez por isso, fez questão de levar os jogadores do Flamengo a assistir ao jogo anterior dos sauditas. «A ideia foi cada vez mais responsabilizarmos-nos pela meia-final e do que temos de fazer. No Brasil falou-se muito do Liverpool, mas esqueceram que temos de disputar um jogo antes. A equipa saudita não é muito conhecida em termos mundiais e a tendência é desvalorizar», começou por destacar Jesus na antevisão do jogo.

De facto, o plantel do Al Hilal foi construído com o aval de Jorge Jesus. «É uma equipa que conheço bem. Da equipa que vi jogar ontem só um jogador é que não é do meu tempo, que é um central, todos os outros jogaram comigo. Conheço bem o valor daquela equipa. Quis que os jogadores do Flamengo conhecessem com os próprios olhos as valias do Al Hilal», prosseguiu.

Nesse jogo do Al Hilal, frente ao Ésperance Tunis, Gomis marcou um golo e foi festejar junto da bancada onde estava Jorge Jesus e o Flamengo, mas o treinador português não interpretou esse gesto como uma provocação, pelo contrário. «A manifestação do Gomis não foi de provocação, foi de carinho. Fui treinador dele, comunico com ele várias vezes. Foi-me dedicar o golo a mim, não foi provocar os jogadores do Flamengo. O Gomis, além de um grande profissional, é um jogador com uma cultura acima da média», esclareceu.

Apesar de ter estado apenas poucos meses à frente da equipa saudita, Jesus criou laços com alguns dos jogadores que agora vai defrontar. «É uma mistura de sentimentos. Hoje sou treinador do Flamengo, tenho o carinho de todos estes jogadores que me ajudaram a mim e ao Flamengo a ganhar os dois títulos mais importante do Brasil. E outra equipa que também ajudei, com o presidente Sami, a formar esta mesma equipa. Os quatro avançados do Al Hilal foram todos contratados pela minha equipa. Hoje já não tenho nada a ver com o Al Hilal, tenho só o sentimento que tenho pelos jogadores, como o Gomis», acrescentou.

Também na antevisão do jogo, Carlos Eduardo, capitão do Al Hilal, disse que a atual equipa já pouco tinha a ver com Jesus. «É normal que diga isso, já se passaram alguns meses, é normal que o capitão de equipa tivesse essa forma de pôr a equipa do Al Hilal concentrada no jogo. Fez muito bem», comentou.

Jorge Jesus nunca deixou de destacar a qualidade do Al Hilal e está convencido que o clube saudita pode mesmo ter argumentos para lutar pelo título mundial. «Acredito que sim e vou explicar. Uma vez que o Campeonato do Mundo não tem limite de estrangeiros, o clube tem uma boa estrutura e tem capacidade financeira para contratar os melhores da Europa. A partir daí tem a possibilidade de chegar à final do Mundial e para poder ganhar. Tem grandes jogadores que jogavam na Europa», destacou .

O treinador do Flamengo dirigiu ainda elogios ao atual treinador do Al Hilal, Razvan Lucescu, filho de Mircea Lucescu. «Esta a fazer um bom trabalho, é um treinador que já mostrou trabalho na Grécia, foi campeão [com o PAOK]. Teve um grande professor, que foi o pai dele, um dos grandes treinadores da Europa. Foi escolhido para treinar o maior clube árabe e está a fazer um ótimo trabalho», referiu ainda o treinador português.