O treinador do Palmeiras, Abel Ferreira, saiu em defesa do jovem Estêvão após as declarações do jogador sobre a dificuldade em manter o foco no clube brasileiro, com a transferência para o Chelsea já marcada para depois do Mundial de Clubes.
«Se todos nós fizéssemos um esforço para estar no lugar dele, um miúdo de 18 anos, a idade da minha filha, que está prestes a sair de casa», começou por dizer o treinador português na conferência de imprensa antes do duelo dos «oitavos» do Mundial de Clubes frente ao Botafogo.
«O Palmeiras protege os seus jogadores. Ao contrário de muitos clubes, nós cuidamos deles e é por isso que os miúdos vingam. Lembram-se do que aconteceu com o Endrick? Queriam que ele fosse para a equipa B. Nós protegemos e ajudamos a crescer», acrescentou.
«Ele é tão puro e ingénuo que falou da ansiedade. É normal. Não retiro uma vírgula do que já disse: enquanto estiver aqui, vou aproveitá-lo», atirou Abel mostrando o desagrado com a situação.
«Ele é um desequilibrador. Quanto ao rendimento... [foi eleito o melhor em jogos]. Não sei o que querem mais. É normal, um miúdo que vai ser transferido. O que nos diferencia dos animais? Sentimentos e emoções. É normal estar ansioso, é normal um miúdo ter um sonho».
«Ele é tão puro que disse o que sentia, porque é normal, e muitos crucificaram-no. É assim que tratam os jogadores aqui. Façam um resumo dos melhores e ouçam o que dizem sobre o clube. É isso que vende, o sangue... É o que vende. Vocês ganham dinheiro de uma forma e nós de outra», concluiu.
O Palmeiras enfrenta o Botafogo este sábado, às 17h (hora de Lisboa), nos oitavos de final do Mundial de Clubes.