Gianni Infantino, presidente da FIFA, mostrou-se mais otimista sobre as negociações com as principais emissoras televisivas europeias pelos direitos de transmissão do Mundial feminino de futebol que vai contar com a participação da seleção portuguesa.

«Algumas discussões ocorreram, ou começaram, devo dizer, a um nível um pouco diferente», disse Infantino. «Então as coisas estão em andamento», acrescentou o dirigente.

Infantino falava na quarta-feira à noite, em Los Angeles, durante uma cerimónia de inauguração do logótipo e da marca do Mundial masculino de futebol de 2026, que será realizado em 16 cidades nos EUA, México e Canadá.

O líder da FIFA disse estar determinado em conseguir mais dinheiro das maiores emissoras dos países com as ligas de futebol mais competitivas – Espanha, França, Inglaterra, Itália e Alemanha – porque afirma que isso beneficiará todo o futebol feminino.

«Acho importante entender aqui de onde viemos», disse Infantino. «Estamos a investir no futebol feminino. Estamos aqui agora na América do Norte, nos Estados Unidos, o país de origem das campeãs mundiais, onde o futebol feminino tem um nível completamente diferente não só de aceitação, mas também de respeito», sublinhou o dirigente.

«Só queremos que o jogo seja respeitado e que se pague o dinheiro certo por isso, porque o que for pago é reinvestido, não só a 100 por cento, mas a 150 por cento, no desenvolvimento do jogo feminino», garantiu Infantino.

No início do mês, o presidente da FIFA tinha criticado o desinteresse das emissoras dos principais países europeus, classificando as propostas existentes como «dececionantes». «É nossa obrigação moral e legal não subestimar o Mundial feminino de futebol”, disse na altura Infantino, acrescentando: «Se as ofertas continuarem a não ser justas, seremos forçados a não transmitir a competição para os países europeus das big five [as cinco principais ligas]».

O presidente da FIFA lembrou então que o organismo que lidera aumentou para 143 milhões de euros os prémios e compensações da competição, triplicando o valor atribuído em 2019.

Infantino reconheceu, no entanto, que devido à diferença horária as transmissões na Europa dos jogos, que irão decorrer na Austrália e Nova Zelândia, podem não ter o melhor timing, mas considerou que isso «não pode servir como desculpa».

«Transmitir jogos às 09h00 ou 10h00 da manhã na Europa já é razoável. Para as emissoras pode ter menos sentido em termos económicos, porque as audiências estão lá», destacou.

Caso não sejam alcançados acordos de transmissão, a FIFA está a estudar a possibilidade de transmitir online os jogos da competição, que decorrerá entre 20 de julho e 20 de agosto.

A seleção portuguesa, que se estreia em Mundiais, começará por defrontar os Países Baixos (23 de julho), depois o Vietname (27) e, no último jogo do grupo E, os Estados Unidos (1 de agosto).