Nova Zelândia e Austrália jogam neste sábado (16h) a final da 8ª edição do Campeonato do Mundo de râguebi. São as duas primeiras seleções do ranking mundial: os neozelandeses como líderes (93.67); os australianos como «vice» (91.75) – estão separados por 1.92 pontos. São as equipas mais fortes na prova, ambas só com vitórias.

É a final de sonho para os adeptos do râguebi. As premissas, mais ou menos objetivas, fazem antever o mais duro embate da atualidade a que será possível assistir no londrino estádio de Twickenham. Com estilos semelhantes, com forças idênticas, as duas seleções que serão as mais experientes do mundo – depois destas tantas certezas – apenas deixam uma incerteza no ar: haverá um favorito?

Será o ascendente teórico neozelandês suficiente para avançar favoritismos? Os All Blacks, além de líderes do ranking, são os campeões do mundo em título. E têm o aliciante de poderem ser o primeiro bicampeão da história dos Mundiais. Mas a Austrália não fica atrás no número de vezes em que ergueu a Webb Ellis Cup: ambas as seleções o fizeram duas vezes. Esse é um aliciante para os dois na quarta final para cada um deles: ser o primeiro país com três títulos.

O histórico de encontros regista a supremacia neozelandesa no râguebi com 105 vitórias. Os Wallabies apenas ganharam 42 encontros do total de 154 jogos que incluem 7 empates. O último encontro entre ambos foi um triunfo convincente dos All Black por 41-13 numa digressão dos australianos em agosto. Será que foi uma desforra do embate anterior, realizado uma semana antes, a contar para o Rugby Championship, que os Walabies tinham ganho por 27-19?



Essa derrota neozelandesa foi o quarto jogo em que os All Blacks não saíram vencedores desde 2012, em mais de 50 confrontos. Neste Mundial ganharam os seis jogos, como a Austrália, que ultrapassou pelo seu caminho cinco seleções do «top 10» do ranking. Em agosto, o Rugby Championship foi para os Wallabies numa preparação a doer para este Mundial.

As estatísticas deste Mundial voltam a destacar ligeiramente a Nova Zelândia. A seleção treinada por Steve Hansen marcou 256 pontos resultantes de 36 ensaios (numa média de 6 por jogo), 26 pontapés de conversão, 7 de penalidade e 1 de ressalto. Já a Austrália tem um total de 205 pontos marcados no Mundial. A seleção de Michael Cheika ainda não acertou um pontapé de ressalto e pontuou através de 26 ensaios (numa média de 4,33 por jogo), 15 pontapés de conversão e 15 de penalidade.

O selecionador da Nova Zelândia desvalorizou a questão de poderem ser os primeiros bicampeões: «Viemos como uns dos participantes no Mundial, como todos os outros. Nas nossas cabeças nunca fomos uma equipa com um título a defender.» Steve Hansen vai apresentar-se na final sem alterações na equipa que venceu a África do Sul.

Já Michael Cheika tem novidades para a Austrália. E para melhor. O selecionador dos Wallabies tem de volta três jogadores que não jogaram ou não completaram a meia-final coma Argentina devido a lesões agora já recuperadas: Scottsio, Israel Folau e Matt Giteau. «O nosso foco nesta semana foi melhorar certas áreas do nosso jogo em que achamos não ter estado no nosso melhor», disse Cheika.



Na véspera da grande final de sábado jogar-se-á para a medalha de bronze. Nesta sexta-feira, o África do Sul-Argentina abre o apetite com um embate de consolação para abrir o apetite. E os favoritismos, aqui, mesmo que não tão correspondentes como os da final também fazem prever muita incerteza quanto ao resultado.

Foi só em agosto passado, no Rugby Championship, que a Argentina ganhou pela primeira vez aos sul-africanos na sua própria casa. Uma semana seguinte, os Springboks retribuíram com uma visita triunfante a Buenos Aires. Este recente equilíbrio alcançado pode ser assumido pelos Pumas com números que, neste Mundial, os deixam apenas atrás da Nova Zelândia nos totais de ensaios e de pontos marcados.

O jogo entre a África do Sul e a Argentina vai ter um duelo particular muito especial entre os médios de abertura de cada seleção. Nicolás Sanchéz é o melhor marcador do Mundial. O argentino já marcou 89 pontos tendo mais 10 do que o seu rival médio de abertura sul-africano. Mas Handre Pollar está também nas listas das estatísticas como líder da conversão de penalidades.

A seleção da África do Sul é a terceira da história dos Mundiais que tem dois títulos. O melhor que a Argentina conseguiu um terceiro lugar depois de ter sido eliminada pelos sul-africanos – que vieram mesmo a sagrar-se campeões do mundo nessa edição. Aquele duelo aconteceu em 2007. Como será agora?