O afastamento de Portugal do Mundial2014 é muito centrado na figura de Cristiano Ronaldo, aos olhos da imprensa internacional. Mais do que o adeus de uma seleção, é a despedida do melhor jogador do mundo.

E esta visão incide também na opinião de que a Portugal falta qualidade além-Ronaldo. Basta ter em conta que a crónica do site brasileiro «Globoesportes» começa por dizer que «ter o melhor jogador do mundo apenas não basta». E acaba assim: «Nunca é de mais lembrar: só Cristiano Ronaldo não basta.»

«É preciso qualidade e um elenco competitivo para ir longe na Copa do Mundo. Tudo o que faltou a Portugal em 2014. Em mais uma atuação recheada de erros individuais, a seleção de Cristiano Ronaldo apenas confirmou o que já estava desenhado após as duas primeiras rodadas», lê-se ainda na mesma página.

O «Olé», da Argentina, fala de «um excelente jogador numa equipa que não chegou a ser tal». «Cristiano Ronaldo não chegou nas melhores condições físicas ao Mundial, por ter dado tudo pelo seu clube, mas o craque português, para além de manter intacta a sua qualidade, não teve colegas nos quais apoiar-se para pensar em grande. A consequência lógica foi a eliminação na primeira ronda», acrescenta-se.

A italiana «Gazzetta dello Sport» escreve que na página inicial que «Ronaldo acorda tarde». «Um golo marcado e cinco falhados. E ainda uma bola na trave e um possível penálti: Cristiano Ronaldo podia, sozinho, ter levado Portugal para os oitavos de final», lê-se ainda.

O lado positivo, visto de Espanha

Esta viagem pela imprensa internacional termina em Espanha. O catalão «Sport» escreve que Ronaldo, «que chegou ao Brasil com o estatuto de melhor jogador do mundo, sai sem quase nada». «Eliminado na primeira fase e com apenas um golo, embora com novo corte de cabelo», comenta-se.

Os jornais de Madrid, por outro lado, olham para o lado positivo da eliminação de Portugal. A visão do Real Madrid, no fundo.





«Cristiano regressa a casa, mas isso tem um lado bom para o craque, e já celebrado pelos madridistas que temiam pelo estado físico da sua estrela. O Real respira tranquilo. E agora o avançado terá quase um mês para descansar e recuperar da tendinite que arrasta no joelho esquerdo, e que o fez disputar a prova limitado fisicamente», começa por escrever o enviado do jornal «Ás».

«Em todo o caso Cristiano, que se estreou a marcar, deixou patente que o seu desejo era continuar no Mundial. Com Éder praticamente inoperante o avançado madridista deixou o flanco para atuar como avançado-centro, e foi o único argumento ofensivo de Portugal. Conseguiu a sua melhor atuação no Mundial e dispôs de várias ocasiões para marcar», completa-se.

«Cristiano vai de férias», escreve a «Marca» na página inicial. «Chegou tarde ao Mundial. Limitado fisicamente, apenas foi capaz de guiar Portugal a um triunfo insuficiente perante o Gana, num jogo em que os africanos estiveram mais perto dos oitavos do que os adversários. Cristiano esteve no Brasil como corpo morto, mas não em espírito. Os seus problemas no joelho e todo o circo montado em seu redor tiraram a estrela portuguesa do Mundial antes de tempo», conclui-se.