Um azeri alheio permitiu que Portugal entrasse a ganhar na fase de apuramento para o Mundial2022.

Portugal teve ascendente esperado e evidente sobre o Azerbaijão, no palco emprestado de Turim, mas protagonizou uma exibição claramente desinspirada na vertente ofensiva.

Valeu um autogolo do capitão azeri, Medvedev, a garantir o triunfo da equipa das quinas.

48.º estreante da era Fernando Santos, Nuno Mendes foi a grande novidade do onze, no lado esquerdo da defesa, mas foi pelo lado direito do ataque que Portugal preferiu quase sempre atacar. Por influência da verticalidade de Pedro Neto, que por aí jogou de início, mas também pela tendência de Cristiano Ronaldo para fugir da esquerda e aparecer junto a André Silva.

Portugal cedo prescindiu de metade do aluguer do estádio da Juventus para instalar-se no meio-campo ofensivo, também devido à capacidade para anular rapidamente as esperanças ofensivas azeris.

Só na primeira parte foram 17 os remates lusos (se incluirmos os bloqueados), ainda que apenas cinco tenham sido à baliza. Por vezes a vontade de atacar rapidamente a baliza contrária foi inimiga de uma definição mais aprimorada, mas ainda assim a equipa das quinas criou algumas ocasiões claras na primeira metade do encontro.

Rúben Neves assustou duas vezes de fora da área (10 e 36m), Cancelo atirou a centímetros da barra (30m) e até Domingos Duarte apareceu com perigo a finalizar, mas atirou ligeiramente ao lado (19m). André Silva e Cristiano Ronaldo viram-se mais remetidos a duelos aéreos na área azeri, mas o excesso de cruzamentos acabou por frutos ao minuto 37, ainda que de forma caricata, com Magomedaliyev a socar a bola contra o capitão Medvedev, que acabou assim por marcar na própria baliza.

Fernando Santos lançou Bruno Fernandes logo ao intervalo, para o lugar de João Moutinho, mas o ataque português não ficou mais inspirado. A etapa complementar até começou com a primeira oportunidade azeri, protagonizada por Ghorbali, de cabeça.

Portugal manteve o domínio territorial, ainda que menos carregado, mas manteve também os problemas para servir dignamente André Silva e Cristiano Ronaldo. Ou então para criar alternativas para finalizar.

Rafa rendeu Pedro Neto ao minuto 63, mas nem isso equilibrou o ataque luso, embora Nuno Mendes tenha arriscado um pouco mais com o passar do tempo.

A seleção orientada por Giovanni de Biasi começou a acreditar que era possível repetir o feito de 1999 (empate com golo de Figo, aos 90+3m), e ao minuto 70 ainda assustou num lance em que Anthony Lopes socou a bola para a entrada da área, mas o remate de Emreli saiu por cima, com Mahmudov a pedir penálti de Bruno Fernandes.

O ataque português viveu sobretudo de situações de bola parada, na etapa complementar. Só dessa forma é que Cristiano conseguiu atirar com perigo à baliza, por exemplo: com dois livres diretos (54 e 85m), e pelo meio um remate de pé esquerdo que saiu à figura do guarda-redes, na sequência de um canto (69m).

Na melhor ocasião lusa o capitão serviu Bruno Fernandes na área, mas Magomedaliyev negou o golo com uma excelente intervenção (77m).

Por essa altura já estava em campo João Félix, que veio dar alguma dinâmica ao ataque português, e protagonizou a última ocasião para o guarda-redes azeri brilhar, ao negar o golo do jogador do Atlético de Madrid com uma defesa com a perna.

Destaque ainda para a entrada de João Palhinha, o 49.º estreante lançado por Fernando Santos (que entrou ao mesmo tempo que Sérgio Oliveira).