Fernando Santos, selecionador nacional, em conferência de imprensa, analisa a vitória sobre o Azerbaijão (1-0), em jogo de apuramento para o Mundial2022 realizado em Turim:

«Na primeira parte controlámos bem os momentos do jogo. Não tão fluídos e objetivos na finalização, mas controlámos o jogo. Não me lembro do Azerbaijão passar o meio-campo na primeira parte, ou pelo menos chegar perto da baliza do Anthony. Errámos poucos passes, reagimos rápido à perda, com vários jogadores perto da bola. Marcámos com um autogolo, mas podíamos ter marcado mais, e podíamos ter criado mais oportunidades. Faltou alguma imaginação frente a um adversário que defendia com muita gente, e que sofreu poucos golos com este selecionador.»

«Na segunda parte era importante manter esse registo, essa capacidade de circulação, não dar a bola ao adversário e recuperar rápido, mas perdemos essa fluidez, começámos a errar mais passes. Isso fez com que o Azerbaijão lentamente começasse a acreditar que era possível fazer algo mais. Sobretudo a partir do momento em que começou a conseguir sair com bola. Houve um momento em que ficámos um pouco sobre a ponte e colocámos algumas dificuldades a nos próprios. Melhorámos com a entrada do João [Félix], a equipa estabilizou, e criámos uma das melhores jogadas, na qual o João podia ter marcado. O jogo teve alguns perigos que esperávamos que não acontecessem, mas penso que foi uma vitória justa. Mas faltou uma outra capacidade de fazer mais golos, e isso é muito importante frente a equipas destas, fazer o primeiro e depois o segundo…»

«Há sempre conclusões a tirar, mas o jogo com a Sérvia será completamente diferente. Tem jogadores de muita qualidade, e isso, por vezes, é suficiente para que as equipas melhorem. Não perder a capacidade de organização, encontrar outros caminhos para o golo. Não se pode dizer que fizemos tudo bem, mas agora é conversar e retificar o que é preciso para a Sérvia.»

«Na segunda parte a equipa desligou-se um pouco do jogo, em termos coletivos. Errámos mais passes, não tivemos a mesma organização de jogo. Aí eles começaram a lutar nos duelos um pouco mais à frente. A equipa entrou com essa convicção de que cada jogo é uma final. São só oito jogos. Ganhámos a primeira final, e isso era o mais importante. A Sérvia é um adversário diferente, mas também vai atacar mais, o jogo vai ser mais repartido, e isso pode trazer coisas positivas.»

[o que é preciso fazer para melhorar para o duelo com a Sérvia?] «Fazer aquilo que é hábito: ser uma equipa compacta, que ataca bem e defende bem. Só se ataca bem quando estamos organizados. E quando se ataca bem defende-se bem. Quando as equipas se desligam, não se defende nem, e em termos ofensivos também não há a mesma fluência. Nos clubes há outras rotinas, mas nós não estávamos juntos há quatro meses. Alguns jogadores fizeram a estreia, outros têm poucas internacionalizações. É abordar isto com os jogadores, e vamos conseguir fazer isso.»

[a equipa escolhida para este jogo implicou já algumas cautelas, a pensar na Sérvia?] «Não se trata de cautelas para a Sérvia. Continuo a achar que esta equipa tinha condições para resolver o jogo de forma diferente do que acabou por fazer. Mas é óbvio que temos de ter em atenção a todos os aspetos, há jogadores já com muitos jogos nas pernas.»

[o onze será muito diferente?] «Obviamente que a equipa que jogará com a Sérvia terá muitos destes, mas também alguns que não entraram de início.»