Na última vez que o Benfica deu a volta a uma derrota europeia, fora, por 1-0 o treinador inventou.

O Benfica tinha perdido em Atenas por 1-0, frente ao Olympiakos, Sven-Goran Eriksson decidiu que era preciso introduzir uma novidade na partida da segunda mão, na Luz.

No livro «Sport Europa e Benfica», da autoria da redação do Maisfutebol, Shéu contou a história. Nesse dia não jogaria a médio defensivo, como em tantas outras ocasiões, mas sim a central. «O objetivo dele era prescindir de um defesa e pressionar os gregos mais à frente. Era uma ideia nova para a época. O Olympiakos não conseguia organizar-se e acabava a chutar para a frente», contou.

Conhecido pelo rigor tático e sentido posicional, Shéu acabava a ganhar muitas bolas, entregando-a de imediato. O público não deve ter percebido, mas esse foi «o jogo mais difícil» da carreira de Shéu. «Acabei de rastos», afirmou. Tempos mais tarde Eriksson tentou repetir a estratégia, em Guimarães. Perdeu 3-0. Ninguém é perfeito.

Naquele dia 2 de Novembro de 1983, na Luz, o Benfica alinhou assim: Bento; Pietra, António Bastos Lopes, Shéu e Álvaro; José Luís, Carlos Manuel, Stromberg (Padinha, 72) e Chalana; Filipovic (Manniche, 22) e Diamantino. Os golos foram marcados por Filipovic (16), Diamantino (28) e Manniche (75).