A Choupana é definitivamente um campo de má sorte para o Boavista. Há um ano foi ali que os «axadrezados» perderam o comboio da Europa e esta sexta-feira viram quebrada uma série de nove jogos sem derrotas que volta a deixar a equipa do Bessa no apeadeiro das competições europeias, a ver o Nacional abalar de malas feitas. A equipa de Carlos Brito foi, sobretudo, eficaz no primeiro tempo, diante de um adversário que nunca se conseguiu adaptar ao forte vento que soprou na Madeira.
O treinador dos madeirenses regressou ao habitual 4x3x3, corrigindo as alterações que tinha promovido há uma semana na má experiência no Restelo (0-2), recuperando Alonso para o flanco esquerdo para o lugar do lesionado Bruno Basto, para um futebol virado para uma frente de ataque dinâmica com Diego José, Cássio e Pateiro. Jaime Pacheco surpreendeu, encostando Cissé ao lado esquerdo da defesa, juntando Hélder Rosário a Ricardo Silva ao centro. O jogo começou num impasse, com as duas equipas, com sistemas em tudo idênticos, a encaixar na zona central, com poucos espaços para soltar os respectivos ataques. Libertou-se primeiro o Nacional, num lance de bola parada, com Juliano, descaído sobre a direita, a cruzar para a área onde Ricardo Fernandes surgiu em corrida para um desvio de cabeça que deixou Ricardo Silva e William mal na fotografia.
O Boavista foi tentando reagir com pontapés de longe, procurando tirar dividendos do forte vento que soprava na direcção da baliza de Benaglio, mas nunca acertou na medida certa e as bolas foram morrendo invariavelmente nas mãos do suíço. Bruno Amaro e Juliano Spadacio iam tentando explorar o contra-ataque, com rápidas arrancadas para o campo contrário, explorando os espaços vazios e, num desses lances, Juliano conseguiu o segundo golo. O brasileiro combinou com Cássio à entrada da área, evitou o contacto com Hélder Rosário e bateu William com o pé esquerdo, com a bola a beijar o poste antes de ir ao encontro das redes. Até ao intervalo, Marquinho, primeiro, e Kaz, já nos descontos, tiveram oportunidades para reduzir, mas Benaglio esteve sempre seguro. Ao intervalo os números traduziam bem a eficácia dos madeirenses que com dois remates contra onze, venciam por 2-0.
Jaime Pacheco procurou oferecer maior profundidade à sua equipa no segundo tempo com as entradas de Fernando Dinis, primeiro, de Hugo Monteiro, pouco depois, e de Marcos António, mais tarde, e a equipa do Bessa conseguiu chegar mais longe, deixando cair os pontapés de longe que pouco ou nada lhe tinham oferecido até então. No entanto, agora contra o vento, o Nacional manteve o jogo sempre sob controlo até final, já menos interessado em chegar perto da baliza de William e mais apostada em mantê-la longe da de Benaglio, assegurando a conquista de três importantes pontos que a deixam à beira da Europa e mais longe do Boavista (seis pontos).