Um irreconhecível Nacional durante todo o primeiro tempo permitiu ao Olhanense algumas veleidades que provavelmente os pupilos de Paulo Alves não estariam à espera, contribuindo assim, sobremaneira, para o domínio algarvio em toda a extensão do terreno de jogo.

Talvez moralizados pela estreia em jogos da Liga do novo técnico, os algarvios entraram a todo o gás na partida, surpreendendo a formação da casa. Só não se colocaram a vencer logo aos dois minutos de jogo, aliás, porque Pelé não foi capaz de dar o melhor seguimento a um cruzamento milimétrico de Jander, na transformação de um livre descaído para a direita.

Os madeirenses acusaram o toque e não pareciam ser capazes de se encontrar, acabando por fazer inúmeros passes transviados que permitiam ao Olhanense ir controlando as operações defensivas a seu belo prazer. De tal modo que em toda a primeira metade do encontro os alvi-negros apenas por uma vez incomodaram o guardião Belec, à passagem do minuto 20, aquando de um passe de mais de 50 metros de Mexer que isolou Djaniny, valendo a excelente mancha efetuada pelo guarda-redes forasteiro.

Por seu turno, Gottardi ia travando como podia todas as investidas algarvias à sua baliza, negando por duaz vezes o golo ao irrequieto Dionisi, aos 22 e 25 minutos, ao realizar duas intervenções de excelente nível.

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Se as coisas não corriam bem para os da casa, pior ficaram com a expulsão de Aly Ghazal à passagem do minuto 28, num lance em que Duarte Gomes entende que Dionisi poderia ficar isolado e em situação iminente de golo, parecendo, contudo, algo forçado à amostragem de tal cartão, já que Mexer seguia também ele no encalce da jogada e o italiano corria perpendicularmente à baliza.

Com menos um elemento, Manuel Machado mexeu na equipa, e, pelo menos defensivamente, os alvi-negros até começaram a trabalhar melhor. No entanto, o ascendente continua a pertencer ao Olhanense, que por pouco não chegou ao golo aos 37 minutos, já que Gottardi tornou a realizar brilhante intervenção na resposta a mais uma bomba de fora de área, desta vez da autoria de Celestino.

O Nacional esperava que o tempo passasse depressa para uma conversa de balneário que pudesse dar outro rumo ao seu jogo, algo que acabou mesmo por acontecer, pois os madeirenses entraram mais acutilantes no segundo tempo.

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Entregando o domínio de jogo à formação algarvia, os pupilos de Manuel Machado apostaram forte em rápidas transições e situações de contra-ataque na segunda metade do encontro, dando o primeiro sinal logo aos 47 minutos, aquando de um remate forte mas por cima de Claudemir.

Os algarvios começavam a denotar muitas dificuldades para chegar à baliza contrária e seria novamente a equipa da casa a causar calafrios, num cruzamento-remate de Candeias na esquerda que Rondon não chega por mílimetros e que Belec teve que se aplicar para evitar o golo.

O Nacional começava a ganhar confiança e espevitava-se no ataque, subindo a sua zona de pressão e deixando o Olhanense mais longe da sua área. Com efeito, foram mesmo os da casa que começaram a acumular situações de golo iminente, sempre sob a batuta de Candeias, pela a ala esquerda, que ia dando muito trabalho ao esloveno Belec, que, no entanto, demonstrou sempre muita segurança.

O nulo teimava em persistir no marcador e jamais se alteraria apesar de todos os esforços da formação da casa e perante um Olhanense que era uma sombra daquilo que apresentou no primeiro tempo, isto mesmo tendo em conta que a formação forasteira ainda haveria, também ela, de ficar reduzida a dez unidades.