O Nacional da Madeira despediu-se da Taça UEFA. Faltaram pernas aos insulares para agarrarem o sonho, que chegou a estar bem perto. O Rapid de Bucareste, com maior frescura física e mental, esperou pelo prolongamento para carimbar o passaporte para a próxima fase. Carlos Brito explicara, na véspera, que o Nacional não podia pensar antecipadamente no 2-0. Primeiro, era vital anular a desvantagem que transitava da primeira mão.
Pois bem, a formação insular logrou cumprir o primeiro objectivo, mas o esforço empregue nessa tarefa foi demasiado grande. A jogar em casa emprestada, uma vez que a UEFA não aprovou o Estádio da Choupana, o Nacional entrou no encontro a todo o gás e conseguir igualar a eliminatória ainda antes do intervalo.
Depois de um par de ensaios, o necessário golo surgiu na sequência de um lance de bola parada. Coman saiu da área de forma impetuosa, derrubando Rodrigo Silva e, no consequente livre directo, Luciano Spadacio inaugurou o marcador, com um remate indefensável (28m). O Nacional tinha mais de uma hora para completar a outra metade da missão, perante um adversário que surgia com perigo em contra-ataque mas denotava estranho comedimento. Puro engano.
Carlos Brito lançou Rodrigo, Adriano e Chilikov na frente de ataque, com o apoio de Juliano. Três setas apontadas à baliza do Rapid, numa aposta de risco que acabou por revelar-se insuficiente, uma vez que faltaram homens no banco para manter viva a chama, quando as forças destes jogadores se esgotaram. O Nacional da Madeira entrou na etapa complementar ao mesmo ritmo, necessariamente elevado, mas cedo se perceberia que o preço a pagar seria demasiado penoso.
Duas setas quebradas, outra a arrastar-se
O treinador da formação insular viu-se obrigado a substituir os dois avançados brasileiros, que não apresentam o desejado ritmo de jogo, mas deixou em campo Chilikov que, nessa altura, já evidenciava enorme cansaço. Cássio e Bruno Basto foram lançados no terreno de jogo, mas o internacional português acabaria por ser expulso na fase inicial do prolongamento, após o golo do empate do Rapid.
Estranha estratégia dos romenos. Com o desenrolar do encontro, percebia-se que o adversário dos insulares apresentava melhores argumentos físicos para seguir em frente na eliminatória. Contudo, continua a resguardar-se, a vacilar perante as derradeiras investidas do Nacional, carriladas pelo flanco esquerdo e desperdiçadas pela falta de referências na área contrária. O prolongamento afigurava-se como incontornável e aí, conforme se temia, tudo foi diferente, para pior.
Um, dois, três pontapés
A história do prolongamento foi feita aos pontapés. À passagem do primeiro minuto, na sequência de uma enorme confusão do último reduto do Nacional, Rada conseguiu armar um remate certeiro e praticamente carimbar, logo aí, o passaporte para a próxima fase. Os jogadores da equipa da casa, que quebraram física e psicologicamente, não mais se encontram, com Bruno Basto a ser expulso pouco depois, de forma caricata e condenável. Com a bola mais à frente, Griffiths baixou-se para não ser atingido pelo esférico e acabou por ser atingido pelo pé do estreante esquerdino, que entrou completamente fora de tempo.
Em desvantagem na eliminatória e no número de unidades no terreno de jogo, o Nacional da Madeira mais não fez que penar ao longo do prolongamento, caminhando penosamente para a porta de saída da Taça UEFA. Carlos Brito queimou, finalmente, a derradeira substituição, para compensar as limitações de Chaínho, e viu a sua equipa sofrer o segundo golo, numa lance de contra-ataque concluído por Burdujan.