Luís Freire, treinador do Nacional, em declarações aos jornalistas após a vitória sobr o Tondela por 2-0 na Choupana:

«Normalmente quando se fala muito sobre uma coisa, há um momento em que as coisas se invertem. Neste caso, marcámos logo no primeiro minuto, e não há melhor maneira de começar um jogo. Foi uma grande jogada de futebol, tudo ao primeiro toque, muito bem trabalhado, e acabámos por ser premiados no primeiro remate que fizemos. O Rúben Micael também merecia aquele golo, por tudo o que é no nosso grupo. Assumimos publicamente que queríamos ganhar o jogo e que éramos favoritos, portanto foi a melhor maneira de reforçar a confiança.»

«Apostámos num sistema tático com dois avançados, à espera que o adversário viesse com os três centrais como costuma, mas não veio e isso baralhou-nos taticamente, na perspetiva em que preparámos o jogo em pouquíssimo tempo e depois aparece uma equipa diferente, em 4-3-3. Isso condicionou-nos a abordagem defensiva ao jogo e o Tondela reagiu bem, criou algumas situações de perigo, mas fomos acertando ao longo do jogo e fomos sempre perigosos. Quando ficam reduzidos, começámos a assentar o nosso jogo e controlámos bem até ao intervalo. Na segunda parte pedimos mais velocidade, mas é preciso ver o contexto. Vínhamos de três derrotas para o campeonato, estávamos a ganhar a um rival direto, mas conseguimos várias vezes assustar. O Tondela reagiu, mudou outra vez o sistema, arriscou com quatro jogadores na frente e teve o mérito de nunca se render, mas nós conseguimos controlar. Os jogadores tiveram uma atitude extraordinária.»

«Não pode ser o oito ou oitenta: se perdemos está tudo mal, se ganharmos está tudo bem. Estamos em oitavo [no campeonato], estamos nos oitavos de final [da Taça de Portugal] contra o FC Porto, temos ainda a Taça da Liga, e subimos de divisão este ano. Por isso, não somos de Liga Europa de certeza. Estamos em oitavo, mas o nosso objetivo é a permanência e vamos continuar com esse discurso, porque é o que interessa para o Nacional. Não é tirando os pés do chão que vamos levar o nosso barco a bom porto. É com controlo emocional, acreditando uns nos outros, confiando em todos os momentos, e depois os golos entram. Marcámos dois hoje, marcámos três na quarta-feira. Foram cinco golos nos últimos dois jogos e tivemos imensas oportunidades, portanto, nem estava tudo mal, nem está tudo bem.»

«Há 13 dias que não folgamos, e houve um desgaste imenso nesta semana. Natal não houve, por isso, quero também dedicar esta vitória à minha família. Decidiram marcar jogos para o dia 23, no dia 27… não consigo perceber. Já devo estar na Premier League. Mas o Nacional teve de se esforçar muito para ir ao Dragão, para treinar na segunda-feira de manhã, para na quarta à noite estar a jogar aqui, e para hoje os jogadores estarem preparados para ganhar outra vez ao Tondela. Jogámos na quarta e hoje fomos a primeira equipa a jogar. Aos meus jogadores estou grato, porque esta vitória é deles, é do trabalho, do esforço, da dedicação, da ambição deles. Por isso, estou muito satisfeito, também pelo staff que trabalhou durante o Natal, o que não é fácil.»