Luís Freire, treinador do Nacional, depois da derrota, em casa, diante do vizinho Marítimo (1-2), no jogo de abertura da 23.ª jornada da Liga:

- Criámos logo uma oportunidade de golo aos dois minutos, mas na primeira abordagem do Marítimo à nossa baliza há um penálti. Eles desperdiçam a oportunidade e o Nacional tentou ao máximo ter a iniciativa do jogo, procurar a baliza do adversário, procurando o ataque com capacidade de chegar à área. A verdade é que até ao intervalo, penso que estivemos sempre por cima do jogo, até que fizemos um golo, se calhar um dos melhores golos da nossa parte também. Bem construído, fizemos o 1-0, na minha opinião, justo pela produção em termos de qualidade de jogo. Fomos superiores na primeira parte de forma clara, na minha opinião, com o Marítimo sempre num jogo direto que não nos causou grandes problemas.

- Na segunda parte entrámos bem no jogo, temos 10 minutos bem conseguidos, com boa intensidade. Tivemos uma sequência de cantos em que não fomos perspicazes ao ponto de atirar a bola para longe e aí temos responsabilidade, como é lógico. Naqueles lances temos de conseguir abordar a bola de forma mais determinada e acabámos por pagar o erro com o golo do Marítimo, sem que nada fizesse para o merecer, tirando o lance da grande penalidade. A partir daí, tivemos o Koziello condicionado, que estava a ser talvez a nossa melhor unidade, a pegar no nosso jogo todo. Entretanto o Marítimo galvanizou-se com o golo que marcou e acabou por aproveitar o ímpeto e sentimos demasiado o golo do adversário. Num lance que podíamos controlar melhor acabámos por conceder ao Marítimo o 2-1. A partir daí, há uma equipa que está confortável no seu jogo a defender e a fazer tudo para o tempo passar, e outra que desde o início tentou e fez por merecer, muito mais que o adversário para ter outro resultado. O resultado é o que é, fizemos muito para marcar golos, o adversário aproveitou as suas situações. Não nos deixa nada felizes, mas tenho de reconhecer o esforço dos meus jogadores.

- Como treinador, eu sou o principal responsável, ganhando ou não. Os meus jogadores tentam tudo o que podem e o que não podem dentro do campo, com isso estou plenamente descansado. Quem tem de arranjar soluções é quem está à frente da equipa, sou eu. Temos um ciclo de derrotas pesado e hoje foi também um reflexo dos últimos jogos. Conseguimos criar, até marcar bons golos, mas depois sofremos golos absolutamente evitáveis. Temos sofrido muitos golos ultimamente. Não tem sido pela capacidade ofensiva, a equipa cria, remata, mas comete erros numa altura em que o jogo está controlado. Temos e acabar com estes erros, não podemos cometer estes erros. É preciso refletir e pensar porque quando perdemos não podemos pensar que é por acaso ou por azar. Há situações nestas derrotas que são claras e que todos viram. Erros nossos, mas também não foram só os nossos erros. Não temos falado nisso, mas a verdade é que não foram só os nossos erros. Mas o futebol é isto, estamos preparados para tudo. Sou o principal responsável e não fujo às minhas responsabilidades.»

- Se analisarmos o primeiro golo, temos três situações em que podemos cortar a bola. Uma equipa que está a vencer não comete estes erros. Uma equipa que está a perder paga muito caro os seus erros e sente a intranquilidade. Cometemos um erro e sofremos um golo, isto tem-nos acontecido. Tem de haver um dia em que o chip muda e a única maneira de resolver as coisas é ganhar. Nós trabalhamos, falamos, motivamos, tentamos, mas chegamos ao jogo, até nos conseguimos meter na frente do marcador, mas somos penalizados nestes lances que têm sido até completamente evitáveis e temos de ser mais maduros.»

[Tem condições para continuar?]

- Sou muito trabalhador, sou um lutador nato, alguém que se reinventa e se ajusta a tudo , mas também sou muito consciente das coisas. Falo todas as semanas com as pessoas e sou muito honesto, portanto, falarei com certeza com as pessoas que quiserem falar comigo. Mas sou trabalhador, sou esforçado, sou batalhador e não sou de virar as costas à luta.