O Marítimo apresentava, no final de 2019, uma dívida de quase 1,4 milhões de euros à Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM), de acordo com um relatório da secção regional do Tribunal de Contas que foi publicado em maio de 2020 (há pouco mais de um mês, portanto).

A dívida do clube tem vindo a aumentar desde 2012, altura em que terá começado, de acordo com o Tribunal de Contas, ultrapassou o milhão de euros em dezembro de 2017 e chegou, de acordo com o memorando de entendimento assinado em julho de 2019, a incríveis 1,381 milhões de euros.

O Marítimo não é, no entanto, o único grande devedor entre os clubes madeirenses à Empresa de Eletricidade da Madeira: o Nacional, por exemplo, tem uma dívida superior a 600 mil euros, também de acordo com o memorando de entendimento assinado em julho de 2019.

A secção regional do Tribunal de Contas acusa também a Empresa de Eletricidade da Madeira de não implementar medidas de cobrança mais rigorosas, o que se justifica pelo facto de serem clubes. «Esta tipologia de clientes tem tido um tratamento diferenciado devido à sua natureza social e ao facto de terem instalações desportivas próprias», pode ler-se no relatório.

Refira-se que na sequência do Memorando de Entendimento de setembro de 2019, o Marítimo entregou uma Declaração de Intenção em que manifesta vontade de liquidar a dívida «legalmente exigível» através de um plano de pagamentos «em condições razoáveis para as partes».

Contactado pelo Maisfutebol, o Marítimo recusou responder a duas perguntas: se a dívida já tinha começado a ser paga e se já está celebrado o acordo de pagamento mencionado no relatório do Tribunal de Contas. O clube não negou a existência da dívida, dizendo apenas que não iria tomar nenhuma posição sobre esta matéria.

Já o Nacional, confrontado com as mesmas questões, explicou que a dívida permanece a mesma, estando o clube a negociar com a Empresa de Eletricidade da Madeira um plano de pagamentos, que já teve uma proposta inicial e uma contraproposta. O Nacional aguarda agora a resposta.