Elinton Andrade nasceu no Brasil há 30 anos. Guarda-redes com 190 centímetros e uma determinação inatacável, o suplente de Mandanda no Marselha fala ao Maisfutebol sobre a sua passagem por Portugal, esperando por uma chamada para a selecção nacional orientada por Carlos Queiroz!
Esperou sete meses no nosso país para ter o passaporte português. Cinco anos depois, esperou outros sete para defender, pela primeira vez, a baliza do Marselha. Na quarta-feira, foi titular na vitória frente ao Saint-Etiènne, para a Taça da Liga.

Elinton despontou no Vasco da Gama, passou sem brilho pelo Ascoli de Itália e recuperou a fama no Rapid de Bucareste. Neste defeso, rumou a França, ganhando novo fôlego na carreira.
«Claro que também gostaria de jogar pela selecção do Brasil, mas falando verdade, a minha vontade até é maior de jogar por Portugal», atira Elinton, logo à partida. Surpreendente. Por cá, poucos o conhecem. Mas ele sabe quem são Eduardo, Rui Patrício, Hilário, Carlos Carvalhal e muito mais.
Plantou batatas e correu nas montanhas
A história é deliciosa. No final de 2005, Elinton saiu do Vasco da Gama para rumar à Europa. De repente, encalhou em Portugal e descobriu Vieira do Minho, apaixonando-se pelas montanhas do Parque Nacional Peneda-Gerês.
«A minha esposa tem família em Portugal e eles acolheram-me com grande carinho. Esperei sete meses pelo passaporte português. Como eles tinham um projecto de turismo rural, ajudei-os em tudo, até a plantar batatas. Nesses meses, treinava sozinho: ia correr para as montanhas do Gerês, chutava para a parede da quinta para defender as bolas, fazendo balizas com caixas de laranjas e limões», recorda o guarda-redes.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras arrastava a questão. De repente, problema resolvido: «Consegui tudo numa semana, quando fui convidado para a selecção portuguesa de futvolei, através de um amigo. De repente, estava o meu nome no Diário da República.». Acabava-se a vida de eremita no Gerês. Em Maio de 2006, Elinton dizia até já a Portugal.
Encantou Carvalhal e o V. Setúbal
«Estive bem no Rapid de Bucareste e chegaram a existir contactos de Portugal. O Carvalhal queria-me para o Marítimo e pediu informações ao Pitbull e ao João Paulo. O V. Setúbal abordou-me directamente, mas o salário era muito inferior», recorda o guarda-redes de 30 anos.
O Marselha garantiu o seu concurso neste defeso. Elinton trabalha a pensar na saída de Mandanda e num convite de Carlos Queiroz. «Estou a torcer para que o Mandanda vá para o Barcelona ou o Real Madrid. Vou ser titular na Liga, neste fim-de-semana, porque ele está lesionado», atira.
«Eu vejo as coisas assim: o Hilário está na selecção. É suplente do Chelsea mas é conhecido. Portanto, também me dou a conhecer. E falo directamente! Se pudesse escolher entre Brasil e Portugal, escolhia Portugal! Até porque o Brasil tem seis ou sete guarda-redes de selecção», remata Elinton, na entrevista de apresentação a Portugal, através do Maisfutebol.
Veja Elinton em entrevista no Brasil

Veja Elinton em acção frente ao Saint-Etiènne