Exactamente 11 meses e um dia depois da última vitória em casa, a Naval voltou a conhecer esse doce sabor. O regresso aos triunfos, depois de tanto tempo, aconteceu diante do adversário perfeito, o rival da capital de distrito, a quem os figueirenses tinham vencido enquanto visitados apenas por uma vez.

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Vencer a Académica não só permitiu quebrar o recorde maldito como significou a saída, definitiva, do último lugar da tabela, onde a equipa tinha caído desde a nona jornada. A satisfação só não foi maior porque o Rio Ave ganhou e manteve a linha-de-água a quatro pontos mas, agora sim, os navalistas acreditam.

Carlos Mozer já fez oito pontos em cinco jogos, mais do que Zvunka e Rogério Gonçalves juntos (cinco) e somou a segunda vitória ao leme da equipa. Mais: os figueirenses perderam apenas uma vez, no Dragão, e marcaram em todos os desafios.

Quanto a José Guilherme, ainda anda à procura de um triunfo no Campeonato e somou apenas dois pontos, no mesmo número de partidas na principal competição. Claro que nem tudo é da sua responsabilidade. A Académica não ganha para a Liga desde 26 de Novembro, em Setúbal, que é, também, o último triunfo da equipa como visitante, ainda sob a vigência de Jorge Costa.

Estudantes sem antídoto para Fábio Júnior

A Naval começou cedo a encostar o adversário às cordas. Sempre que tinha a bola, Fábio Júnior impunha um ritmo impossível de suportar para Pape Sow e demais companheiros da defesa. O brasileiro ameaçou, tal como Godemèche e Simplício, e começou a resolver a partida quando sofreu grande penalidade devido a uma entrada extemporânea de Sow. O senegalês voltou a ser expulso e Gomis, da linha de onze metros, não perdoou perante o ex-colega Peiser.

Em maus lençóis, a reacção dos estudantes foi praticamente inexistente. As dificuldades em sair para o ataque, agora sem Miguel Fidalgo devido aos ajustes que foi preciso fazer lá atrás, deixavam os da casa à vontade. Tão à vontade que o 2-0 não tardou, no aproveitamento perfeito de um erro de Peiser, que, ao querer aliviar para fora, colocou a bola em Marinho, que serviu Simplício para o golo. Na resposta, Sougou falhou de baliza aberta. Desnorte total da Briosa!

O intervalo fez bem aos de Coimbra. Apesar de jogarem com 10, mostraram-se mais organizados e decididos. O golo de Sougou, novamente na conversação de uma grande penalidade, deu novo alento aos homens de José Guilherme até porque Gomis também fora expulso.

O equilíbrio voltou e a Académica forçou o empate mas acabou por sofrer o 3-1 num lance de contra-ataque em que Fábio Júnior, para não variar, teve papel decisivo. Nos confrontos com as equipas da região centro, a Briosa mantém a tendência de não conseguir resistir aos vizinhos.