O vereador do Desporto e, actualmente, presidente em exercício da Câmara Municipal da Figueira da Foz, assegura não ter qualquer conhecimento da intenção da Naval de construir o seu próprio estádio, no qual funcionaria a nova sede da colectividade, uma reivindicação há muito tornada pública por Aprígio Santos, da comissão administrativa do clube figueirense.
«Nós também queremos que nos falem daquilo de que toda a gente fala e nós não sabemos, como seja o terreno da Chã e o projecto para sede. Toda a gente nos diz que sabe, mas, na Câmara, ninguém sabe de nada. Só podemos falar daquilo que sabemos. Eu nunca rejeitei conversas. Mas o que eu me lembro, é de ter proposto à Naval, pelos canais que a Naval entendeu ter comigo, uma solução para o estádio, sede, e campo de treinos, e, até agora, ainda recebi resposta definitiva para toda essa proposta», revelou Lídio Lopes esta quarta-feira, durante a ceia destinada a assinalar os 115 anos do clube.
O autarca anunciou ainda que a edilidade irá liquidar, durante este mês, cinquenta por cento do total das verbas devidas à Naval, que o responsável camarário estimou em «cerca de 292 mil euros». «A Câmara, em 2006/07, cumpriu pagando 472 mil euros à Naval, sendo mais de 200 mil em 2007», acrescentou.
Também neste ponto, clube e autarquia não se entendem. Na Assembleia Geral da última segunda-feira, Nuno Mateus, dirigente navalista, afirmou que a Câmara «deve 507 mil euros» ao clube, no âmbito dos contratos-programa para a formação. «Desde Agosto de 2006 que não transfere um centavo», acusou, deixando ainda outro desabafo: «A Naval anda há anos a pedir um local para edificar um estádio.»
De acordo com o director navalista, o clube pretende que a autarquia aprove o projecto para o novo recinto, que teria uma zona comercial destinada a rendibilizar o espaço, «à semelhança do que fizeram outras câmaras do país», aludindo aos casos de Coimbra (Académica) e Porto (FC Porto).