Registo curioso o do extremo Davide, da Naval. Em toda a carreira na liga principal (quatro épocas e 100 jogos) apenas marcou uma vez, por sinal a Moreira, num Benfica-E. Amadora da temporada de 2003/04, que os amadorenses perderam por 3-1. Um pecúlio magro até porque em causa está um avançado mas que está longe de tirar o sono ao jogador do emblema figueirense, que prefere dar importância a outros aspectos, também eles apanágio dos jogadores habituados a jogar no ataque: os passes para golo.
Voltar a ter pela frente o único guarda-redes que conseguiu bater traz, obviamente, boas memórias a Davide, que, pelo menos desta vez, gostaria de chegar ao fim do jogo a pensar que as coincidências acontecem: «Eu tento marcar em todos os jogos, até agora não foi possível, mas, se calhasse agora, era engraçado. Não vivo obcecado com isso. Pelo contrário, sou mais de assistir do que de finalizar. Era bom voltar a marcar mas quero mesmo é que a Naval ganhe, seja quem for a marcar.»
De qualquer forma, ter apenas um golo, para um avançado, poderia ser motivo de preocupação e Davide admite que tem «procurado melhorar esse aspecto», sem se mostrar obstinado. «Esta época tenho dado bastantes golos a marcar. Aliás, sou dos jogadores com mais assistências da Liga. E isso deixa-me orgulhoso. As vezes uma boa assistência vale mais do que um golo. Nessas alturas festejo bastante porque sinto que ajudei um colega.»
A saúde do mister acima de tudo
Assunto na ordem do dia, o regresso aos treinos de Ulisses Morais e a dúvida se irá orientar a equipa a partir do banco frente ao Benfica no domingo, não deixou os jogadores indiferentes. Em perfeita sintonia com o treinador, também o extremo afirma que, antes de mais, está a saúde do mister. O resto é secundário. «Formamos um grupo e quando falta um elemento, por um motivo como este, é claro que ficamos preocupados. O que interessa é que ele esteja a cem por cento. É esse o nosso alívio, porque o Ulisses é, primeiro do que tudo, nosso amigo. A equipa técnica é um colectivo e tenho a certeza de que ele confia nos adjuntos, senão não trabalharia com eles», assevera.