Os dias voltaram a ser soalheiros para Steven Thicot. Na Naval, encontrou a regularidade que lhe faltava. Voltou a sentir a alegria de se treinar com um plantel todos os dias e de jogar, muitas vezes. Depois de uma época sem competir, era tudo o que queira. O resto, dá-lhe pouca importância.

«Estou num clube de II Divisão, mas sinto-me bem. Temos um grupo são, muito bom. Estou noutro país e isso dá-me um novo alento. Acredito que dei um passo atrás para dar dois em frente. Quando me ligaram, pensei metade de um dia, e meti-me num avião. Nem quis ouvir muita gente para não me deixar influenciar.»

Depois do pesadelo, alguns problemas, por sinal recorrentes no futebol português, deixaram simplesmente de fazer sentido. «Nem me falem em greve. Estive um ano sem jogar, à espera que o telefone tocasse. Foi a pior fase da minha vida. Mas aqui ao menos jogo. Se gostas do futebol, ele vai-te fazer falta. Treinar, fazer um 5 contra 5, meter um tackle...»

«Eu respondo a isso com um sonoro: vamos é treinar, malta! Depois, não estou na casa das pessoas, não sei se têm problemas familiares, e não julgo quem toma certas decisões mais drásticas. Digo isso pelo amor ao jogo.»

Cumprida uma parte do plano que o trouxe a Portugal, Thicot começa agora a pensar na segunda metade. «O futuro? A minha prioridade é jogar e jogar bem. O resto não é comigo, mas acredito que haverá algo bom para mim se continuar a trabalhar bem na Naval. Gosto de desafios e de elevar os meus horizontes.»

Se pudesse escolher, já teria um destino de eleição. «Inglaterra. Fascina-me o ambiente, os estádios cheios, o fervor dos adeptos, os relvados excelentes. Vamos ver o que acontece. Estou grato à Naval, ao presidente, colegas e treinadores. Adorava poder ajudar o clube com uma transferência.» A seguir com atenção.

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