A Naval continua sem ganhar em casa este ano. Esta tarde, tudo parecia levar a crer que isso iria finalmente acontecer, mas um possível erro de um dos assistentes de Pedro Proença, que não terá visto a posição irregular de Ricardo Queirós, permitiu ao Paços de Ferreira chegar ao empate. Independentemente dessa possível falha, o resultado acaba por se aceitar, em função da primeira parte mais inspirada dos nortenhos, que sofreram curiosamente o golo nesse período e acabaram por marcar quando não o mereciam. O futebol tem destas coisas¿
Num jogo entre equipas mais do que tranquilas na tabela, a qualidade do espectáculo ficou muito longe do desejado, tendo em conta até que em campo estavam duas das boas surpresas do Campeonato. A Naval há muito que desistira daquilo com que apenas poderia sonhar, mas o Paços vinha à Figueira com aspirações europeias intactas. E assim continua após este empate.
Talvez por isso, foram os pacenses que melhor entrara na partida, com três ou quatro situações de finalização muito boas que só não tiveram consequências de maior para os navalistas porque Taborda esteve em tarde inspirada. Já do lado da turma da casa, o futebol inconsequente e mal jogado nunca levou a antever que Saulo, perto do intervalo, iria aproveitar da melhor forma uma abertura soberba de Fajardo - entretanto entrado em campo devido à lesão prematura de Orestes - para abrir o marcador.
Com a pressão toda em cima, pois tinham mais a perder neste encontro do que o seu oponente, os pacenses regressaram dos balneários já com Cristiano e Pedrinha, numa tentativa de José Mota de aumentar o jogo ofensivo. A turma da capital do móvel continuou a carregar e, em dois livres movimentados por Antunes, levou muito perigo à baliza de Taborda. O guarda-redes navalista voltou mesmo a salvar a equipa no segundo, com um voo espectacular.
Apesar do domínio, em parte também consentido pela equipa da casa, a verdade é que o Paços apenas conseguia criar perigo efectivo através de lances de bola parada. A Naval, bem organizada, procurou controlar o adversário, sem nunca prescindir do ataque rápido. Exemplo disso foi uma correria de Nei, aos 69 minutos, que terminou com uma defesa monumental de Peçanha.
Dado o mote, a Naval voltou a tomar as rédeas do jogo e podia até ter matado a partida. Não o fez e num lance muito duvidoso, Renato Queirós, que pareceu partir de posição irregular, fixou o empate.