Ulisses Morais abordou a deslocação da Naval ao Dragão, este domingo, colocando a tónica no respeito e reconhecimento do mérito do adversário mas afastando qualquer sentimento de subserviência ou receio dos campeões nacionais como recentemente demonstrou, no seu entender, o Atlético de Madrid. O treinador dos figueirenses revelou ainda que irá voltar a sentar-se no banco depois de um afastamento de duas semanas, devido a uma inflamação na perna esquerda.
«Cautelas teve o Atlético de Madrid, que não colocou os melhores jogadores frente ao F.C. Porto», disparou o técnico quando questionado sobre se estaria a ser pessimista quanto às possibilidades da sua equipa pelo facto de colocar um grande ênfase nos atributos do adversário. «O F.C. Porto é a equipa mais forte a nível nacional e tem estado bem em termos internacionais, pelo que só tenho de reconhecer o seu mérito, mas isso não significa receio ou dúvidas da minha parte», esclareceu.
A receita para ter sucesso no Dragão é, aparentemente, simples: «A concentração, capacidade de organização e sacrifício serão fundamentais, de acordo com o que trabalhámos ao longo da semana e dentro de um quadro de humildade. Temos de ser inteligentes e estar disponíveis para perceber o jogo, por forma a criar desequilíbrios e podermos discutir a partida.»
A Naval até já ganhou ao F.C. Porto, na primeira volta. Foi, aliás, a última derrota dos campeões nacionais para a Liga, mas Ulisses sabe que será muito difícil repetir a proeza. «Foi um momento brilhante, até porque se tratou da primeira vitória do clube sobre esta equipa, um resultado que acaba por marcar a época. Foi importante, mas já é passado. Agora espera-nos outro jogo, com dificuldades maiores», garante o técnico que espera um F.C. Porto ao nível do que tem sido habitual: «Os resultados e exibições dizem que está agora mais forte em relação à primeira volta. É uma equipa exímia a gerir os tempos de jogo, que cria muitas oportunidades de golo e consente muito poucas na sua baliza. Mas estamos confiantes, como estivemos para o Benfica, frente ao qual só por infelicidade e algo que nos ultrapassa não conseguimos melhor desfecho.»
Ulisses desfez ainda as dúvidas quanto à sua presença no banco - «tive alta completa na sexta-feira e se tudo correr bem conto lá estar» - e desvalorizou o facto de a Naval poder ter mais hipóteses de não sair derrotada caso aguente os primeiros 15 minutos sem sofrer golos: «Frente a uma equipa como esta, o ideal é conseguir isso durante os 90 minutos. Não me parece que o F.C. Porto se perturbe por não marcar antes dos 15, 20, 30 ou seja a que minuto for.»
Admirador de Hulk
A ausência de Hulk poderá significar menos uma dor de cabeça para a Naval e o técnico revela-se até um fã das qualidades do avançado brasileiro, mas advoga que há no plantel portista jogadores capazes de criarem outros problemas à sua equipa. «Sou um admirador do Hulk por ter um conjunto de valores: potência, velocidade e capacidade de explosão. Claro que o F.C. Porto tem outros jogadores com características semelhantes que poderão garantir o mesmo resultado, mas confesso que se trata de um jogador fantástico e muito importante.»