O V. Setúbal voltou a encher dois autocarros para transportar adeptos até à Figueira da Foz. Dito assim, sem mais explicações, até parece que estamos no final da época, com os sadinos envolvidos numa acesa luta para evitar a despromoção ou, quiçá, conseguir uma classificação «europeia». Mas não. Estamos apenas na quinta jornada. Razões para esta peregrinação aparentemente precoce? Vejamos as coisas sob este prisma: a terra da Naval é um lugar mítico, talvez até sagrado, para os indefectíveis setubalenses, na sequência de alguns acontecimentos - leia-se resultados - no Estádio José Bento Pessoa.

A forma mais simples e directa de colocar a questão é¿ o V. Setúbal nunca perdeu no recinto navalista. Mas há mais. Em 2006/07, tal como em 2008/09, depois de mais uma vitória e de um empate, respectivamente, os homens do Bonfim festejaram a permanência na Liga, já depois de, também, na Figueira, na temporada a meio, terem lá obtido a passagem às meias-finais da Taça de Portugal. Já agora, em 2004, o estádio figueirense foi palco do confronto decisivo que permitiu aos vitorianos regressar ao escalão principal. Mais motivos para quê?

Explicado o contexto especial que envolve esta partida, vamos a alguns factos. A Naval ainda não venceu em casa esta época, mas apresenta uma atenuante de peso, o facto de ter recebido F.C. Porto e Sporting. Por conseguinte, ocupa um incómodo 14º lugar, mesmo acima da linha de água, e precisa urgentemente de pontos para se pôr a salvo. Já a equipa de Manuel Fernandes está mais folgada. Uma vitória, dois empates e uma derrota, colocam os sadinos no 11º posto, um pouco mais confortáveis mas nem por isso descansados.

Na contagem de espingardas para a partida, os da casa não podem contar com Lupède, castigado, sendo certa a estreia de Orestes a titular no seu lugar. Outra novidade deverá passar pelo regresso de Previtali ao onze, levando ao recuo de Edivaldo, para jogar no lugar de Hugo Machado, que passou de titular nas últimas quatro jornadas a não convocado, embora o brasileiro também possa jogar lado-a-lado com o avançado francês, em 4-4-2.

Manuel Fernandes não pode contar com os lesionados Djikiné e Bruno Gallo, mas Neca está de regresso à equipa, devendo implicar a saída de Zé Pedro da equipa. Na frente, a aposta deverá passar pela velocidade de Sassá, para explorar o contra-ataque.

Equipas prováveis:

NAVAL: Salin; Carlitos, Orestes, Rogério Conceição e Daniel Cruz; João Pedro, Godemèche, Hauw e Camora; Edivaldo e Previtali.

V.SETÚBAL: Diego; Ney Santos, Valdomiro, Ricardo Silva e Anderson do Ó; Weliander Silva; Hugo Leal, Neca e Miguelito; Pitbull e Sassá.