Victor Zvunka olha para os confrontos com os grandes de uma forma muito pragmática. Talvez por vir de França, onde as diferenças entre os candidatos ao título e as outras equipas não são tão marcantes, o experiente técnico perde pouco tempo a falar do adversário, preferindo concentrar-se na Naval, a quem reconhece, sem hesitar, capacidade para travar o leão, esta segunda-feira, na Figueira.

«Sou fiel ao esquema táctico que implementei desde a pré-temporada e vou mantê-lo. Não sou de fazer alterações em função do adversário mas, claro, trata-se de uma equipa com certas individualidades para as quais teremos de ser vigilantes, vou ter de insistir num ou noutro aspecto com os meus jogadores. Já vi o Sporting jogar umas 10 vezes e sei que vai ser muito complicado», refere o treinador francês.

A história recente é favorável aos da Figueira, que venceram no último embate, em Maio, em pleno Estádio José Alvalade. Uma proeza alcançada antes da chegada de Zvunka, que lhe atribui pouca importância: «É uma nova época, com novos desafios. O F.C. Porto, por exemplo, perdeu o título e este ano vai fazer tudo para o recuperar. O Sporting não teve um grande início de campeonato mas é uma equipa para levar muito a sério, em qualquer circunstância. Mas não há razões para a Naval ter medo ou duvidar de si. Se o Paços os venceu, por que razão não poderíamos nós pensar em conseguir o mesmo?»

«Não me ponho a contar os adeptos»

Tal como o passado tem pouco peso para o técnico francês, também a notória inferioridade ao nível do apoio esperado das bancadas, apesar dos navalistas jogarem em casa, é colocada num plano relativo: «É claro que preferia ter sempre seis ou sete mil pessoas no estádio, daria outro ambiente, mas não é um factor relevante para mim. Se eles têm adeptos, que os seguem, melhor para eles, mas quando começa o jogo não me ponho a contá-los. O que me interessa é chegar ao final do jogo com uma vitória.»

De forma desassombrada, Zvunka olha para este jogo como mais uma oportunidade para somar três pontos e confirmar a boa exibição da última semana, no Algarve. «Já antes dessa partida [com o Portimonense], estava satisfeito com a equipa porque tínhamos feito algumas coisas interessantes frente ao F.C. Porto, jogámos bem e tudo, mas no futebol é preciso fazer resultados. Ganhar ao Portimonense foi, por conseguinte, importante, até porque fizemos uma primeira parte de nível e soubemos depois aguentar até ao fim, e, agora, importa continuar a fazer pontos, diante do Sporting e assim sucessivamente», preconiza.

O técnico considera que o campeonato está equilibrado e, para colocar rapidamente a equipa a salvo, será preciso não desperdiçar pontos neste arranque de competição: «Estamos numa fase inicial em que, com duas vitórias seguidas, chegamos ao quinto/sexto lugar mas se perdemos duas vezes consecutivas caímos para 13º ou mais baixo. Por isso, queremos atingir rapidamente uma certa tranquilidade, estabilizar em termos de tabela, até para que os jogadores possam desinibir-se um pouco e mostrar todas as suas qualidades. »