Sougou e NDoye terminaram na passada sexta-feira a participação na CAN com a eliminação do Senegal e são aguardados em Leiria e Coimbra, respectivamente, durante esta quinta-feira já com um considerável atraso em relação ao esperado e estipulado pela FIFA no que respeita ao regresso de jogadores internacionais aos seus clubes de origem.
O órgão que superintende o futebol mundial estipula que os atletas devam ser libertados das selecções logo após o último jogo e têm, o mais tardar, 48 horas para se apresentar de novo nos clubes que representam. Como o Senegal foi eliminado da CAN na quinta-feira, o regresso deveria ter-se verificado ainda no sábado, quando muito na manhã de domingo.
Nada disso aconteceu e os jogadores podem, assim, ser responsabilizados pelo atraso caso não façam prova de que a ausência ficou a dever-se única e exclusivamente aos serviços federativos senegaleses, já que cabe a estes organizar as viagens de ida e volta dos seus atletas.
No caso de Sougou, a U. Leiria chegou a enviar na quarta-feira um faxe à federação do Senegal, via FPF, dando um prazo de 24 horas para que o jogador regressasse a Portugal sob pena de avançarem com uma queixa à FIFA. Não foi preciso, porque Sougou entrou em contacto com os responsáveis do emblema do Lis, evocando o facto de ter casado na sua terra como forma de justificar o retorno tardio. Assegurou também que iria viajar ainda durante o dia de hoje devendo, por isso, chegar a Leiria ainda a tempo do treino vespertino desta quinta-feira.
A situação de NDoye, que deverá, até, fazer a viagem na companhia do seu colega de selecção, é em tudo semelhante, embora neste caso não se saiba que argumentos terá invocado. Uma das razões poderá ter sido a necessidade de proceder à sua defesa depois de ter sido suspenso, por motivos disciplinares, pela federação do seu país.
Recorde-se que o jogador da Académica terá quebrado, juntamente com o capitão El Hadji Diouf e o guarda-redes Tony Silva, o recolher obrigatório, logo após a equipa ter chegado a Kumasi, no Gana, onde decorre a CAN. Por esse motivo, o médio e os colegas já não participaram no último jogo do Senegal, frente à África do Sul.
Quando chegar a Coimbra, NDoye terá, assim, oportunidade de falar publicamente sobre este caso e de justificar o atraso. A situação do senegalês em Coimbra continua a ser um pouco dúbia, uma vez que já lhe foram levantados dois processos disciplinares esta época: o primeiro por, precisamente, ter-se atrasado no arranque dos trabalhos, em Julho, e o segundo devido a uma saída nocturna. Até ao momento, o clube não divulgou qualquer informação sobre o assunto, não se sabendo se o jogador, em final de contrato, foi sujeito a alguma sanção ou se os processos foram arquivados.