O antigo administrador da Doyen Sports, Nélio Lucas, garantiu esta quarta-feira, em tribunal, que a empresa nunca esteve disponível para pagar ao «hacker» Rui Pinto para travar a divulgação dos documentos do «Football Leaks».

«Nunca tivemos intenção de pagar, como se veio a ver», respondeu Nélio Lucas, que explicou depois as razões para manter as conversações com Artem Lobuzov, nome supostamente utilizado por Rui Pinto para pedir entre 500 mil a um milhão de euros para não divulgar documentação.

«Tive de continuar a responder para ganhar tempo, porque havia uma paragem das publicações, e depois para tentar saber quem era», argumentou.

Nélio Lucas confirmou ainda que foi ele a escolher a área de serviço da A5 para o encontro, em outubro de 2015, no qual participou com o advogado Pedro Henriques e o advogado Aníbal Pinto, em representação de Artem Lobuzov, numa altura em que a Polícia Judiciária (PJ) já estava a acompanhar o caso.

O antigo administrador da Doyen Sports revelou até que chegou a suspeitar de que fosse Aníbal Pinto a estar na posse da documentação, pois «sabia de tudo o que se estava a passar” e «até sugeriu pagar-se metade do menor valor», ou seja, 250 mil euros, para além de honorários de 300 mil euros.