Nelson Évora, medalha de ouro nos Jogos de Pequim, é um dos rostos da contestação dos atletas à recandidatura de Vicente Moura à presidência do Comité Olímpico de Portugal (COP). Para o campeão do Triplo Salto, a conduta do dirigente foi reprovável.
« Sentiu-se usado pelo presidente do COP? Comemorei a medalha junto dos que mais gostava e, se alguém se aproveitou disso para dar a sua opinião, esperei o tempo certo para mostrar o que pensava. Devia ter vergonha e admitir o seu erro, porque nós também assim temos de fazer quando erramos, somos nós que damos a cara no final da provas», considerou o atleta, esta quarta-feira, em conferência de imprensa realizada no Estádio Nacional.
Mas apesar de não ter mencionado o nome de Vicente Moura na crítica, Nelson Évora garantiu que era a ele que se referia. «Estou a dirigir-me directamente ao comandante, sem dúvida», esclareceu, acrescentando: «Embora eu já estivesse um pouco magoado antes da minha prova em relação a tudo o que se estava a passar, mantive-me concentrado e focado no que tinha a fazer. Tudo correu bem e esperei pelo momento certo para falar.»
O quarto português a conquistar uma medalha de ouro olímpica, depois de Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro, lembrou, ainda, estar em sintonia com a sua Federação, a única a criticar publicamente o presidente do COP. «A posição da Federação é a mesma que a minha. Estou bem a par dos acontecimentos», reiterou.
«Se os atletas estão contra, por que as federações apoiam a recandidatura?», questiona Gustavo Lima
Gustavo Lima, quarto classificado nos Jogos de Pequim, admitiu que o relacionamento com a «actual» Direcção da Federação Portuguesa de Vela não é dos «melhores», contudo, não compreende como é possível os atletas e as associações que os representam estarem em desacordo e deixou uma pergunta.
«Se estamos contra o presidente do COP, por que as federações apoiam a sua recandidatura?», questionou.